Do ESTADÃO

Por MARCELO RUBENS PAIVA

Deus está presente na maioria das menções e discursos oficiais do novo governo brasileiro.

É tanto Deus pra lá e pra cá, que desconfio ser Ele o verdadeiro Posto Ipiranga

Estão colocando Deus numa tremenda roubada: consertar o país em que se diz que Ele nasceu.

Ou Deus não é mais brasileiro?

Seja ministro, secretário, membro do alto ou baixo escalão, especialmente membros da família do presidente, como o próprio, no Executivo, Legislativo e Judiciário, Deus tornou-se mais onipresente do que nunca.

Esteve presente inclusive num slogan eleitoral: Deus acima de tudo.

Começo a acreditar que, se o governo falhar, a Reforma da Previdência não for a desejada, a economia não crescer, Ele será responsabilizado: Deus quis assim.

Deus, coitado, tem culpa do nosso fracasso?

Ele estava lá, de boa, observando erros e acertos de sua obra.

A bagunça dos atuais gestores, os recuos, indecisões e rachas são exemplos claros de que estamos nas mãos de Deus.

O mercado, cuja ações batem recordes, tem provado que absorveu a frase preferida dos atrasados: fé em Deus e pé na tábua

Presenciamos um período de impasses em que nunca antes na história desse país a expressão “que Deus nos acuda” foi tão necessária.

Espera lá. Colocar Seu nome em vão é pecado?

Bem, a última palavra é de Deus.

Até eu serei obrigado a mencioná-lo, diante de tudo o que está acontecendo: seja que o que Deus quiser.

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