Ontem, em boa parte dos programas esportivos e também em colunas na internet, muitos jornalistas cravaram: “Cassio é o maior goleiro da história do Corinthians!”

Discordo.

A análise mensurava a importância do jogador para o clube, não necessariamente sua qualidade técnica.

Dentre os goleiros mais relevantes do Timão, cito aqui Gylmar dos Santos Neves, Dida e Ronaldo Giovanelli, nenhum deles jogou menos do que Cássio.

Gylmar e Dida se equivalem; Ronaldo foi o mais espetacular deles, embora não tão regular quanto.

Cássio perderia, tecnicamente, inclusive para outros arqueiros do Corinthians, não tão relevantes, mas melhores debaixo das traves.

É no quesito importância, por conta de participações inspiradas em momentos decisivos, que o atual goleiro do Timão cresce na cotação.

O Blog do Paulinho indicaria como maior e melhor (nem sempre as duas qualidades se misturam) goleiro da história alvinegra o grande São Dida de Parque São Jorge, de atuação magnífica nos quatro jogos do Mundial de 2000, nos Brasileiros e Paulistas, além da Libertadores, que, por pouco, apesar de merecer, não conquistou.

Perto dele, em relevância de atuações importantes e também conquistas, mas inferior tecnicamente, está o goleiro Cássio.

Em terceiro, Gylmar, que é melhor do que o segundo colocado, rivaliza com o primeiro, mas, apesar de pertencer a times fantásticos do Timão, não deu sorte de disputar torneios mais revelantes – o fez apenas pelo Santos e Seleção Brasileira.

Por fim, Ronaldo Giovanelli, ídolo que, talvez, vestiu a camisa número 1 do Corinthians com mais paixão do que todos, mas, apesar de grande goleiro, nem sempre comportava-se com a frieza necessária em alguns momentos decisivos (embora tenha sido tão importante quanto Neto no Brasileiro de 1990 e seja o maior defensor de pênaltis da história alvinegra, com 24 intervenções).

Apenas como análise paralela, alguns indicaram Cássio para o mesmo “clube” em que figuram Marcos e Rogério Ceni, em alusão ao amor demonstrado às equipes pelas quais ficaram marcados ao longo dos anos.

Também discordo.

Nessa “disputa”, enquanto no São Paulo e Palmeiras os nomes parecem adequados, pelo Corinthians, ninguém superou a dedicação e identificação com o torcedor, tão grande que prejudicou sua carreira, de Ronaldo Soares Giovanelli.

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