Alex Bourgeois e Luis Paulo Rosenberg

Recentemente, o Figueirense, em situação caótica, sequer reagiu ao ser tomado de assalto por um grupo de investidores do qual pouco se sabia, apenas que o líder, Alex Bourgeois, demitido duas vezes do São Paulo, por dois presidentes, num período de apenas cinco meses, protagonizou, também, capítulos pouco louváveis do livro “A Privataria Tucana”, acusado de emprestar contas bancárias a malfeitores peesedebistas.

No Tricolor, o francês, apelidado “o breve”, por conta das demissões, inseriu em contrato para ocupar o cargo de CEO do clube uma cláusula para que fosse remunerado em 10% do EBITDA anual, o que, se fosse levado à risca, proporcionaria-lhe retiradas de R$ 10 milhões anuais, além do salário que agora cobra do clube, em ação trabalhista.

A parceria com o Figueira foi acertada por vinte anos, renováveis por mais quinze.

De coração pluri-clubístico, Bourgeois ingressou no futebol pela mal-afamada TEISA, grupo de investidores obscuros, que entrou no Santos como parceira do clube na aquisição de direitos de atletas, a princípio, sem objetivo comercial definido.

O discurso era o de ajudar o Peixe, recebendo de volta apenas a correção monetária do dinheiro aplicado após a venda de jogadores.

Descobriu-se, depois, por conta de reportagem do Blog do Paulinho, que, anonimamente, dirigentes do Santos pagavam até R$ 300 mil por cota da TEISA, que a composição da empresa permitia, diferentemente do discurso, contratar jogadores doutras agremiações e que era especificada divisão de 25% dos lucros da operação entre os acionistas.

A TEISA, antes de Neymar ser negociado ao Barcelona, quando poucos, além do estafe do atleta, do Barça e do próprio presidente do Santos sabiam da operação, comprou 5% dos direitos do jogador, retirando do Peixe muitos milhões de reais que foram repassados ao tais “beneméritos”.

Ao ingressar no Figueirense, Bourgeois concedeu entrevista em que pouco revelou.

Não se sabia, até então, dados da empresa, em que local estaria sediada, o nome dos investidores e, sequer, a origem real do recursos, que, segundo o dirigente, “brotariam” de parcerias com EUA, Emirados Árabes, etc., sem porém detalhar procedimentos básicos da operação.

O Blog do Paulinho teve acesso a algumas informações que, em vez de aliviar a apreensão dos que torcem pelo Figueirense, ampliará as suspeitas:

  • O Figueirense Ltda, que já existe e é responsável, em exemplo, pelo registro dos jogadores, será incorporada pela Figueirense S/A (de Bourgeois), ainda com investidores sob anonimato, que controlará 95% do clube, restando ínfimos 5% à agremiação.
  • Será criado um Conselho de Administração com nove membros (todos remunerados), destes sete indicados por Bourgeois e apenas dois pelo clube;
  • Estão confirmados cinco nomes do Conselho:

Luis Paulo Rosenberg (ex-vice-presidente do Corinthians, sócio informal do deputado federal Andres Sanches);

Claudio Vernalha (advogado de Florianópolis, dono da Gnc Global Group LLC, sediada em Miami/EUA, ligada a offshores complicadas, que iniciou as primeiras conversas com o Figueirense);

Luiz Eduardo Baptista, o BAP (ex-vice-presidente do Flamengo, presidente da SKY);

Cesar Grafietti (Itaú/BBA);

Luis Lara (publicitário ligado a Rosenberg)

  • o departamento de futebol será tocado por um grupo de empresários ligados ao treinador Milton Cruz (ex-São Paulo), que assumirá também, em breve, o comando técnico da equipe.

O objetivo primordial, segundo fonte, é lucrar com as transações de jogadores de futebol, que serviriam, também, para dar origem a dinheiro do exterior, evitando movimentar capital nacional, a não ser os óbvios, ligados a diretos de transmissão e cotas da CBF.

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