andres, lula e alexandrino alencar

Publicamos, em 01 de abril de 2015, que a Arena Itaquera S/A, uma das empresas gestoras do “Fielzão”, estádio que o Corinthians utiliza como seu, aceitou prorrogar R$ 400 milhões em empréstimos (transformados em debentures) sem, porém, informar o agente emissor.

Sem dinheiro, Arena Itaquera S/A prorroga R$ 400 milhões em empréstimos. “Fielzão” ficará ainda mais caro

Tivemos acesso, ontem, a ata de uma reunião realizada pelos acionistas (três ou quatro pessoas que se mesclam entre as empresas envolvidas), em janeiro, mas, convenientemente, somente agora divulgada.

Nela há detalhes de toda a operação.

Por exemplo, o agente emissor das debentures (empréstimo) é a Odebrecht Participações e Investimentos, que aceitou como garantias as cotas de todos os envolvidos no negócio, entre os quais, o Corinthians.

Ou seja, emprestou a juros para quitar dívida com si própria, com a conta (ampliada) a ser paga pelo clube.

O montante, acertou-se, terá que ser quitado em 13 parcelas, que, sem a correção, atingiriam impagáveis R$ 30 milhões, cada, com início em 17 de novembro de 2018, ou seja, uma dívida repassada ao próximo gestor alvinegro.

A data de vencimento é 17 de dezembro de 2021.

A taxa de juros chega a ser pornográfica:

– 0,85% para as parcelas 01,02,03 e 04;

– 1,60% para as parcelas 05,06,07 e 08;

– 2,50% para as parcelas 09, 10, 11 e 12;

– parcela 13 paga pelo valor unitário (restante).

Outro “pulo do gato”, discriminado na ata, diz, textualmente:

“(…) retificar o valor do comissionamento devido à Odebrecht Participações e Investimentos S.A. (“OPI”) pelos trabalhos de estruturação da Emissão e pela prestação de garantia firme de subscrição das Debêntures, nos termos previstos no Segundo Aditamento;

(…) criação de Comissionamento Adicional: será devido pela Emissora à OPI uma remuneração adicional, a ser paga anualmente, em decorrência da manutenção das Debêntures pela OPI, a partir do ano de 2016 (inclusive) e até a Data de Vencimento, nos termos previstos no Segundo Aditamento.”

Além dos juros descritos, portanto, a ODEBRECHT aprovou um comissionamento extra (de valores não revelados) que começa a ser quitado no próximo ano, em negociação claramente lesiva ao Corinthians.

Vale lembrar que o clube está sendo representado, no negócio, pelo ex-presidente Andres Sanches, e a Odebrecht pelo executivo Alexandrino Alencar (preso na Operação Lava-Jato), sem oposição da diretoria, que sequer envia representantes, apenas aceita, e paga, o que é acordado entre os cotistas.

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