O Vasco da Gama, de tantas glórias e tradições, ganhou apenas três, de vinte a quatro pontos disputados no Brasileirão, razão pela qual, na zona de rebaixamento, ocupa a incomoda penúltima colocação.
Seis pontos atrás da primeira equipe fora da degola.
É fato que a conquista do Campeonato Carioca foi importante para resgatar o orgulho de um time tão maltratado pelas últimas gestões, mas, em contrapartida, serviu também como ofuscador da realidade, fazendo torcedores e dirigentes acreditarem que um grupo apenas mediano, nas mãos de um treinador, até então, promissor, poderia disputar o Brasileirão com chances de conquista.
Não pode.
Chegou o momento do Vasco colocar os pés no chão e encarar a realidade: lutará, até o final do torneio, ou pelo menos, até próximo disso, para tentar permanecer da divisão principal.
Eurico Miranda, que, a bem da verdade, sofre com a triste herança anterior (de elenco, finanças e estrutura), erra ao não entender que os tempos são outros, sua influência nos bastidores não é a mesma, e o clube precisa mais de ações efetivas na gestão esportiva do que aparecer na mídia em meio a discursos polêmicos de seu mandatário.
Trabalhar, com humildade, reconhecendo as evidentes limitações, em vez de arrotar uma grandeza não condizente com o que se vê nos gramados, é o caminho para uma agremiação, com a enormidade do Vasco da Gama, tentar se reerguer.
O clube está no limite de cruzar a linha de novo vexame em sua história, e precisa reagir, enquanto ainda há possibilidade de salvação.