(trechos da entrevista de LUIS PAULO ROSENBERG, ex-vice-presidente do Corinthians nas gestões Andres Sanches e Mario Gobbi, ao jornalista Jorge Nicola)
CORRUPÇÃO NO DEPARTAMENTO DE FUTEBOL
É preciso mudar bastante coisa, como ter um estádio bem acabado, construir o CT da base e detonar a corrupção…
O que a gente vende de jogador?
Pelo contrário, compra atleta que não foi criado por nós, com uma série de sócios inexplicáveis, e ainda vende mais barato.
CASO DEFEDERICO
Eu fiz o pior negócio quando contratei o Defederico. Esse filho da p… nunca jogou no Corinthians.
Admito que não sou especialista em futebol, mas o Mano chegou para mim e disse que havia nascido o novo Messi, que era da seleção argentina.
O Andrés fez pressão dizendo que eu precisava conseguir dinheiro, se não o perderíamos
(nota do blog: em verdade, André Negão trouxe ao Corinthians um DVD do jogador e colocou um “laranja” para negociar. Mano Menezes participou dando o referido aval, fala-se, em troca de comissionamento. Rosenberg participou do negócio no fechamento, trazendo o dinheiro da NIKE)
CORRUPÇÃO NA CONTRATAÇÃO DE PATO
Em outubro de 2011, me sentei com o Gilmar Veloz (empresário do Pato) e começamos a negociar. Avançamos bastante, até que o sogrão (Silvio) Berlusconi (primeiro-ministro da Itália e dono do Milan) decidiu que o Pato iria ficar lá com a filha dele.
Em abril de 2012, retomamos.
Lá para junho, a gente falava em R$ 26 milhões por 100% dos direitos. Aí, o Gilmar sumiu de novo.
Não sei ao certo (quando Roberto “da Nova” Andrade e Duílio do Bingo entraram no negócio), mas só descobri que o Pato continuava na mira em outubro, numa reunião de diretoria, quando eles falaram que estavam bem avançados com o Gilmar e pediram uma ajuda para convencer o Mario, que dizia não ter dinheiro.
Estranhei, porque nunca tinha ficado fora de nenhuma negociação, mas convenci o Mario e combinamos que, na próxima reunião, eu estaria presente. Aí, estou chegando a Tóquio e me liga o Mario dizendo que contratamos o Pato.
Claro que não (sabia que o valor pago foi de R$ 40 milhões por apenas 60%).
Fui descobrir bem depois e fiquei puto. Não sou um negociador tão ruim para ceder tanto.
A história da compra ainda está mal contada e me ajudou a querer ir embora.
Nunca discutimos um salário desses (R$ 800 mil por mês). O Corinthians tinha um limite que era de R$ 500 mil por mês.
Agora, por que pagaram R$ 800 mil…
OS ESTRANHOS ADITIVOS ASSINADOS PELO CORINTHIANS COM A ODEBRECHT
Não dou pitaco no trabalho dos outros e não sei o que aconteceu, mas, quando eu saí, o máximo que se gastaria eram R$ 820 milhões, sendo R$ 420 milhões de CIDs.
Nunca encaminhei aditivo nenhum para o presidente assinar, então tem que perguntar para o Andrés.
(…) se eu assumo (a gestão do estádio) , entro na Justiça no dia seguinte contra a Odebrecht, que não me entregou as coisas do estádio que contratei.