piovesan

Passadas as primeiras horas das eleições do Corinthians, o grupo que tem como presidente eleito Roberto “da Nova” Andrade, mas como comandantes, de fato, o deputado federal Andres Sanches e seu braço direito, o vice André Negão, se viu envolto em grande dilema: encontrar gente qualificada, entre os seus, para compor os cargos de diretoria do clube.

O caso mais grave, indubitavelmente, era o do Departamento Financeiro, em que fazia-se necessário um grande especialista para evitar a sangria desatada dos últimos anos, que elevou a dívida do clube de um patamar zerado para impressionantes R$ 350 milhões (sem contar o custo do estádio)

Sem alternativa, a solução encontrada foi convidar para o cargo, Emerson Piovesan, professor da FGV, mesmo tendo o economista clara ligação com a oposição, da qual saiu candidato a 2º vice-presidente na chapa capitaneada por Roque Citadini.

A escolha, acertada (com certeza o único grande nome da gestão), trata de, anos depois, restabelecer a verdade de um período, pré-queda de Dualib, em que muitas mentiras foram contadas para viabilizar o crescimento do grupo que desde 2007 dá as cartas no Timão.

À ocasião, documento produzido por Raul Corrêa da Silva, que viria a ser o diretor financeiro das três últimas gestões, assinado, porém, por Andres Sanches, tratava da seguinte maneira o trabalho de Piovesan, então diretor de Dualib:

“E a conclusão trágica a que se chega é a de que o Corinthians foi vítima de VIOLENTA MÁ GESTÃO, que culminou no absurdo e IMPAGÁVEL deficit de mais de R$ 70 milhões !”

“O minucioso trabalho que segue em anexo (…) deixa evidenciada, de forma patente e incontestável, a temeridade, a verdadeira irresponsabilidade que significará aprovar as contas da diretoria referentes ao exercício de 2006.”

Andres Sanches disse que dívida de R$ 70 milhões era “impagável”, “irresponsável” e vítima de “violenta má gestão”

Ontem, em meio ao anúncio de que Emerson Piovesan foi chamado para socorrer a gestão que o tratou, no passado, de maneira absolutamente injusta (a dívida referida no documento citado, na verdade, inexistia, e o economista realizava, a margem dos problemas de Dualib, trabalho impecável), o antecessor na cadeira, Raul Corrêa da Silva, teve que ser atendido após pequeno mal-súbito, originário de evidente decepção.

Passaram também por enorme constrangimento os membros da diretoria ligados ao Movimento “Fora Dualib”, que, no período supra-citado, defenestraram e trataram o recém empossado diretor financeiro com as mais desairosas ofensas.

Talvez a mudança de nome para Movimento “Dentro Dualib” fosse agora mais adequada.

Entre os companheiros de Piovesan na oposição alvinegra, o convite e a aceitação do economista foram tratados com absoluta simpatia e desejo de contribuir para que o Corinthians possa sair do atoleiro em que se encontra.

O líder oposicionista, Roque Citadini, a quem o novo financeiro do Timão, eticamente, fez questão de consultar (falou também com Stabile), antes de aceitar o desafio, se pronunciou a respeito do assunto, via redes sociais:

“O Corinthians vive uma dura crise financeira. Precisará de muito trabalho e competência para mudar este jogo. Emerson Piovesan é sério e competente. Ajudará muito nosso Corinthians como Diretor Financeiro. Conhece à área e é gente de primeira qualidade. Sorte e trabalho. É tudo o que desejamos.”

Realmente o desafio de Piovesan é grande, não apenas de realizar uma gestão correta no departamento financeiro, mas também de impedir a continuidade de hábitos – que tinham a conivência do financeiro anterior – que levaram o Corinthians ao desesperador cenário atual.

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