Luiz Claudio Fontes

O Corinthians publicou, na edição de hoje do Estadão, a íntegra de seu balanço patrimonial, incluíndo, por consequência, a informação da empresa responsável pela auditoria das contas, referentes ao ano de 2013.

Números que, por sinal, foram aprovados na última reunião do Conselho, porém com ressalvas de 13 conselheiros.

Trata-se da RSM FONTES, de propriedade do auditor Luiz Cláudio Fontes.

Em setembro de 2011, Fontes teve seu registro profissional cassado pela Comissão de Valores Mobiliários, por irregularidades cometidas quando prestava serviços a Ernest & Young Terco Auditores Independentes.

Somente no final de 2012, após atuar por dez meses, de maneira “não oficial”, na GRANT THORTON, o auditor ingressou com recurso, nº RJ 2012/10109, requisitando o encerramento da punição e a consequente retomada de sua filiação

“Diante desses fatos (que configuraram a punição) a SNC sugere que seja mantido o indeferimento do pedido”

VOTO

“Concordo com a posição da SNC e enetendo que deva ser mantida sua decisão de negar a inclusão de LUIZ CLAUDIO FONTES como responsável técnico da FONTES AUDITORES INDEPENDENTES.”

Mesmo em situação irregular, Fontes permaneceu trabalhando, embora sem poder assinar parecer algum, sendo obrigado pela CVM a realizar um avaliação, em junho de 2013, a mesma aplicada em iniciantes da profissão, para que, então, sua punição fosse encerrada.

O auditor tentou evitar o vexame: “(…) desconhecia a exigência de realização desse exame, vez que atuou como auditor qualificado por longo tempo (..)”, , diz trecho de sua defesa no processo, mas, sem alternativa, acabou realizando-o.

Aprovado, recebeu novamente autorização para trabalhar somente no final de 2013, quando, de maneira oficiosa, já auditava o balanço do Corinthians.

auditoria corinthians

LUIZ CLAUDIO FONTES E O BANCO PANAMERICANO

PanAmericano

Em plena atividade, o auditor Luiz Claudio Fontes assinou, no último dia 21 de março, o balanço do Banco Fator S/A, outra instituição de histórico absolutamente complicado.

Assim como na análise feita com o Corinthians, não encontrou problemas a serem relatados.

Não é o que pensa, porém, a Agência Ficht, que rebaixou os ratings nacionais da instituição pela falta de melhorias em seu resultado operacional.

A ação de rating reflete, ainda, as dificuldades enfrentadas pelo banco para equilibrar as receitas entre as áreas de negócios de forma mais consistente e rentável.

O prejuízo consolidado da empresa, por exemplo, é de R$ 26 milhões.

Apenas a título de recordação, o Banco Fator, auditado agora por Fontes, foi responsável pela auditoria, considerada fraudulenta, do Banco Panamericano, que tinha entre seus conselheiros o vice-presidente do Corinthians, Luis Paulo Rosenberg, punido, também, pela CVM, com oito anos sem poder atuar no mercado financeiro.

banco fator 21-03-14

A PROXIMIDADE DE RAUL CORRÊA DA SILVA E O AUDITOR LUIZ CLAUDIO FONTES

gaguinho raul

É considerada inadequada, no mínimo, por profissionais do setor, a proximidade de um dirigente de uma empresa, ou de um clube, no caso o Corinthians, com o auditor que tem por função avaliar as contas dessa mesma instituição.

Aproximação que já existia no período em que Fontes era ligado TREVISAN, empresa que tinha como controladora principal a BDO, da qual o Diretor alvinegro é o presidente.

Por sinal, Fontes teve problemas, também, nessa parceria, que ocasionou multa de R$ 500 mil a Trevisan, por irregularidades na auditoria do Banco Mercantil-Finasa, outro falecido no mercado financeiro brasileiro.

http://g1.globo.com/Noticias/Economia_Negocios/0,,AA1498277-9356,00-TREVISAN+E+MULTADA+NO+CASO+MERCANTIL+FINASA.html

Recentemente, em 26 de abril de 2013, em Assembléia Geral Ordinária, a empresa BDO RCS, de propriedade do Diretor Financeiro do Corinthians, Raul Corrêa da Silva, emitiu parecer à MINERVA S/A, recomendando a indicação do auditor Luiz Cláudio Fontes, entre outros nomes, para o cargo de Conselheiro Fiscal da Companhia.

Vale lembrar que, neste período, Fontes ainda estava punido pelo CVM, impedido de exercer sua profissão.

A decisão foi acatada e o auditor figura, ainda, no site da empresa, com o cargo de membro efetivo do Conselho Fiscal.

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