O Brasil parou, na noite de ontem, para assistir seu melhor ator, Mateus Solano, entrar para a história da televisão brasileira ao protagonizar o primeiro beijo gay, com Thiago Fragoso, numa cena de novela, Amor à Vida, da Rede Globo.
Capítulo, o último, que terminou noutra cena memorável, quando Felix, seu personagem, enfim tratado com amor e dignidade pelo pai homofóbico, Cesar, interpretado pelo mito Antonio Fagundes, esvai-se entre lágrimas, de mãos dadas com quem sempre lhe subjugou.
Entrar para a história da teledramaturgia brasileira seria inevitável para alguém com o imenso talento de Solano, com ou sem o referido “beijo”, mas o que se viu nos mais de 200 capítulos dessa obra global, supera qualquer prognóstico.
Tão espetacular que obrigou o autor do folhetim a modificar todo o roteiro, tratando quem antes seria o vilão da história como mocinho, roubando ainda o protagonismo de quem deveria ser o casal principal, Bruno (Malvino Salvador) e Paloma (Paola Oliveira).
O inesquecível Felix, de Solano, gerou ódio, repulsa, dó, amargura, carinho, redenção, amor, alegria, e todos os demais sentimentos possíveis no telespectador, que tinha vontade, a cada capítulo, de levantar, gritar “Bravo !”, e aplaudí-lo de pé.
Entre tantos atores e atrizes consagrados, muitos trabalhando nessa mesma obra, Solano é o que tem margem maior para crescer, com recursos interpretativos que parecem infindáveis, e, tomara, nos surpreendam cada vez mais.
Felix deixará saudades, mas apenas porque Solano fez dele o que nem o autor imaginava poder acontecer.