Apoiado por Pelé, o francês Jérôme Champagne, candidato oposicionista à presidência da FIFA, que já foi diplomata no Brasil, concedeu entrevista à FOLHA, mas, entre uma ou outra obviedade, não convenceu.
Falou sobre o sistema que proporciona o “toma-lá-dá-cá” entre a entidade e as Confederações, disse “as vezes não é ético, não é moral”, insinuou que há de se haver uma maior regulamentação em transações milionárias de atletas, entre outras coisas.
Tudo o que seria óbvio constatar, porém, de soluções, nada foi levantado.
Pior ainda é quando tratou de defender Joseph Blatter, de quem foi braço direito por 11 anos, “Não tenho vergonha do que fiz ao lado dele. Conheço o senhor Blatter. Não é corrupto, é um homem honesto.”, a própria FIFA, “É uma organização honesta, que cometeu erros, mas tem trabalhadores dedicados e honestos”, e João Havelange, “(…) apesar das críticas, temos que render homenagem ao que ele fez”.
Basta uma pequena leitura do livro “Jogo Sujo”, do jornalista britânico, Andrew Jennings, recheado de provas, para constatar a inveracidade da colocação.
A impressão que ficou é a de que seu posicionamento oposicionista surgiu apenas após ser chutado pelo não menos indecente Jerome Valcke, secretário geral da entidade, da organização do Mundial no Brasil – fato que não nega – e que, tivesse comido sua fatia do bolo, tudo permaneceria como está.