coronel dutra

No dia em que seria colocado o último módulo da cobertura do “Fielzão”, Andres Sanches, em clima de consagração, utilizou-se da imprensa como sempre faz, numa relação de proximidade que transforma os profissionais numa espécie de assessoria informal do dirigente.

As portas estão sempre abertas para quem fala bem, agora, se criticar…

O repórter da FOLHA, até então tratado com as honras da casa, tornou-se inimigo do grupo do ex-presidente quando, momentos após a tragédia, tentou expor a verdade a seu público.

E, novamente, ficou evidente a promiscuidade da Polícia Militar com o grupo que cerca Andres Sanches.

Entre os agressores do jornalista, além de Sanches, estavam presentes o Coronel Dutra (foto), chefe de segurança do Corinthians, e o cabo Caveira, ambos ligados ao que é considerada a ala mais corrupta da corporação.

Tanto que, por ordem de Dutra, um PM da ativa, que deveria preservar os direitos do jornalista, tratou de, como se fora segurança particular de Sanches, não apenas intimidar o profissional, mas também cometer o crime de subtrair-lhe, à força, seu equipamento profissional (câmera), finalizando com o desatino de apagar as fotos que comprovariam, provavelmente, algum tipo de negligência no local.

Com medo de um grupo que realmente é perigoso (Caveira foi acusado de ser do esquadrão da morte da PM, Dutra, de utilizar seus contatos para grampear e perseguir jornalistas), o profissional da FOLHA preferiu não prestar queixa.

É compreensível, mas deveria fazê-lo.

Incompreensível, porém, é o silêncio da direção do jornal, que, quando alegou ter profissionais agredidos nas manifestações populares recentes, até em Editorial respondeu, mas, estranhamente, limitou-se a uma pequena nota no episódio do “Fielzão”.

Se a relação do grupo de Sanches – truculento e recheado de ex-policiais – com os homens da ativa da PM não merece manchete de jornal, ou averiguação do Secretário de Segurança Pública, é melhor fechar o Estado para balanço, liberar o uso de armas, mantendo em igualdade de condições jornalistas na cobertura das ações de dirigentes do Corinthians.

Em tempo: estranha também a ausência de outro policial, o delegado Mario Gobbi, que se furtou a dar explicações sobre o episódio da agressão envolvendo PMs, já que, pelo estádio, não nunca teve realmente coragem de falar.

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