É opinião quase unânime, não apenas no meio jornalístico, como também entre o público consumidor de notícias, que o padrão intelectual da imprensa diminui a cada ano.

Se antes, textos de enorme qualidade davam ainda mais relevância ao que era noticiado, hoje em dia, qualquer notinha de duas linhas ocasionam tristeza e desinteresse aos leitores.

Os tempos mudaram, e, se nos áureos momentos da profissão especialistas eram chamados a escrever sobre o assunto que dominavam, agora cabe a qualquer despreparado, bastando ter diploma na mão, seja por mérito ou pelo fato de ter empurrado o curso com a barriga, para tecer seus comentários e realizar matérias sobre o que pouco domina.

Para piorar a situação, as principais empresas jornalísticas do país tem se utilizado de uma “malandragem” que pode até poupar alguns trocados, mas ataca impiedosamente a credibilidade do veículo, conseguida a duras penas pelo suor dos antigos profissionais.

A moda agora é dispensar jornalistas experientes, mas que, pelo tempo de casa, mesmo não ganhando o que merecem, são considerados caros, pelos estagiários de comunicação das péssimas faculdades nacionais.

Nada contra dar oportunidade aos iniciantes, pelo contrário, desde que para isso não sejam colocados nos lugares dos mais experientes.

Esse tipo de ação faz o estagiário ser cobrado pelo que ainda não pode dar, e o órgão de imprensa fornecer ao público bem menos do que a notícia renderia.

E o círculo vicioso é: contrata-se o estagiário a preço de banana e, quando este começa a aprender o ofício, precisando, por lei, ser efetivado, é dispensado do emprego para dar lugar a outro iniciante.

Acaba por se condenar o profissional da imprensa a trabalhar apenas no período de faculdade, tornando sua colocação posterior cada vez mais dificultada.

Quase impossível.

O público, que antes consumia as publicações para ler comentários do articulista preferido, hoje vê periódicos sem profundidade, quase sempre desconhecendo os autores dos artigos.

Salvo, evidentemente, uma ou outra exceção, que acaba por segurar a onda do jornal, com duas ou três páginas de qualidade, e dezenas de embromação.

Se as empresas não mudarem a política do nem sempre bom, mas barato, procurando, aos menos, manter os ex-estagiários mais qualificados, em breve, a surra que estão levando da internet será impossível de ser, ao menos, equilibrada.

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