Há vinte anos, o Palmeiras saiu de um incomodo jejum de títulos ao bater seu principal rival, o Corinthians, por três a zero no tempo normal, e depois um a zero na prorrogação.

Não há dúvida de que a equipe do Verdão era melhor, porém, mesmo assim, ações de José Carlos Brunoro nos bastidores contribuíram, e muito, para a conquista.

Declarações de diversos profissionais da arbitragem à época, além de algumas testemunhas próximas ao dirigente palmeirense, garantem que o juiz do jogo, José Aparecido de Oliveira, estava na gaveta.

Fato é que Oliveira teve uma arbitragem no mínimo polêmica, e não foi o primeiro a ser escalado para a partida.

Oscar Roberto de Godoi e Dionísio Domingos, além de Ulisses Tavares da Silva tinham a promessa de que um deles apitaria a final.

De repente, após a vitória do Corinthians no primeiro jogo da decisão, por um a zero, e tudo mudou.

Brunoro se reuniu com dirigentes da FPF e, na sequência, o nome de José Aparecido de Oliveira, surpreendentemente, foi inserido no contexto.

“Gente graúda da arbitragem, à época, disse não apenas a mim, mas também ao Dulcídio, ao Godoi e outros mais que o próprio Brunoro confirmou a operação. Não tenho motivos para duvidar de quem me contou”, revelou, há pouco tempo, um ex-árbitro da FPF a este jornalista.

Realmente a vida de José Aparecido melhorou após apitar a histórica final.

Largou um emprego de gerente de banco pelo qual não ganhava bom salário, tempos depois abandonou de maneira silenciosa a arbitragem e hoje possui alguns bens, entre eles uma pousada que lhe rende ótima retirada.

Uma situação financeira difícil de ser comprovada desde a origem.

O time do Palmeiras de 1993 era forte o suficiente para vencer a final, e, com ou sem ajuda externa, era o favorito a vencer.

Mas a Parmalat, que depois comprovou-se ser uma marca a serviço de organização mafiosa italiana, não poderia arriscar perder o montante investido naquela equipe.

Uma derrota para seu maior rival provavelmente colocaria tudo por terra.

Sim, o torcedor do Palmeiras tem o direito de comemorar e dizer que nada foi comprovado até o momento.

Oficialmente, não foi.

Mas é dever desse jornalista, tão crítico com a corrupção dos dirigentes do próprio time que torce, o Corinthians, expor o que sabe, e também o que acredita ser verdade.

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