A fuga de Tadeu de Macedo Andrade e de seus comparsas, para não pagar a conta de um hotel de luxo em Cochabamba, escancarou ainda mais a promiscuidade entre dirigentes das “organizadas” e a diretoria do Corinthians.

Principal nome à sucessão nos “Gaviões”, Andrade estava hospedado no mesmo hotel dos jogadores e dirigentes, quase como um membro oculto da gestão.

Desde a prisão do Diretor Financeiro da “organizada”, por suspeita de assassinato do garoto boliviano, o temor tomou conta da vida de seus “colaboradores”, sabedores de que arquivos e histórias que precisam continuar ocultas podem vir a ser reveladas.

Entre eles os serviços prestados a todos os “grupos”, que transformaram a vida de um até então carteira vazia, que respondia a processos por calotes e até despejo, por encanto, num empresário do ramo hoteleiro.

Pelo menos no papel.

Hotel Kolins, localizado no bairro da Santa Cecília, próximo a radio Globo, utilizado sistematicamente por prostitutas e viciados da região, em que Tadeu passou a figurar, desde 29/06/2009, como proprietário de 50%.

Porém, seu comercio mais polêmico funciona no Jardim Brasil, uma casa de Fogos de Artifício, aberta em agosto de 2007, período em que o dinheiro iraniano passou a circular na campanha à presidência de Andres Sanches.

A OLIVEIRA ANDRADE BAZAR E PAPELARIA LTDA. tem como objeto social na JUCESP, além do ramo explicitado no nome, “Comércio Varejista de Fogos de Artifício e artigos pirotécnicos”.

Habilitação que era utilizada por Tadeu para facilitar o fornecimento dos referidos artefatos à “organizada”, entre eles os famosos sinalizadores.

Informação esta que não pode ser desprezada pela polícia boliviana, e que pode dar novo rumo ao caso do citado homicídio, nem pelo MPSP, que há tempos investiga ações criminosas dos Gaviões da Fiel em São Paulo.

E pensar que os hábitos de delinquir do dirigente dos Gaviões poderiam ter sido penalizados com maior rigor, em setembro de 2008, após atos de selvageria praticados pelo próprio, e por seu grupo, no estádio do Pacaembu, ocasião em que foi preso em flagrante.

Tadeu saiu livre da prisão após o promotor do caso, o famoso Paulo Castilho, solicitar ao Juiz que a pena fosse convertida em serviços comunitários.

Por sinal, uma moleza.

Cumpridos em dois dias, 13/09/2008 e 16/09/2008, nos mesmos horários em que o Corinthians disputava partidas de futebol.

Há muito ainda a ser revelado na relação entre Corinthians, Gaviões da Fiel e facções criminosas que dividem a gestão no Parque São Jorge.

E Tadeu, certamente, participou de quase tudo.

CASA DE FOGOS DE ARTIFÍCIO EM NOME DE TADEU ANDRADE

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FACHADA DO IMÓVEL DA CASA DE FOGOS, LOCAL EM QUE “CULTOS” A SANTA MARIJUANA SÃO REALIZADOS

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FACHADA DO HOTEL KOLINS, VULGO “ABATEDOURO”, DO QUAL TADEU É, AO MENOS NO PAPEL, UM DOS PROPRIETÁRIOS

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