Assim como fez no início da carreira de Ronaldo Fenômeno, a Nike investiu pesado na divulgação e apadrinhamento de carreira do então novato e promissor atacante Alexandre Pato.

Logo de cara, colocou-o numa das vitrines do mundo, a italiana equipe do Milan.

Pato chegou com fama de possível novo “Van Basten”, porém as seguidas contusões e a baixa produtividade nos escassos períodos de atuação transformaram a então solução num indigesto e caro problema.

Situação esta que comprometeu não apenas a equipe italiana, mas também a empresa de materiais esportivos, que a cada ano contabilizava o prejuízo de seu investimento.

Criou-se, então, uma operação de salvamento que atingiria a todos.

O clube, que não mais o queria por lá, o atleta, claramente desmotivado, e a Nike, buscando alternativa para salvar uma aposta que até então demonstrou-se perdida.

Aproveitou-se da proximidade do agente Gilmar Veloz com o treinador Tite, que foi convencido a aceitar o atleta, e também da recente negociação da Nike com o Corinthians, em que os “dividendos” para os dirigentes negociadores foram tão elevados que, em troca, aceitaram “fornecer” o clube para ajudar a parceira comercial.

Tudo acertado e o negócio foi facilitado com a Nike adiantando receita a ser paga ao Corinthians e utilizando-a para diminuir o prejuízo milanês.

A grande questão é a dúvida sobre o desempenho de Alexandre Pato no Corinthians.

Se der certo, a aposta e o auxílio à Nike certamente serão recompensados em negociação futura.

Porém, em caso de revés, o Corinthians terá jogado fora um bom dinheiro, podendo até abalar um relacionamento sempre tão cordial com a empresa parceira de tantos anos.

De todos, somente o clube de Parque São Jorge, por motivos óbvios, e o treinador Tite, tem a perder com a negociação.

Milan, Pato e Nike arriscaram o que já não possuíam mais, e, daqui por diante, qualquer resultado será contabilizado como lucro.

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