Um dos melhores analistas de futebol do Brasil, o jornalista PVC, da ESPN Brasil, tem errado demais nos argumentos de sua defesa ao treinador Mano Menezes.

Defesa essa tão ferrenha que além de ter sido efetuada em todos os programas que participou, seja no rádio ou na TV, fez parte também de suas colunas, com destaque, nas diversas publicações em que possui espaço.

É natural que, no mundo do jornalismo, o ser humano tenha afinidades com algumas de suas fontes, embora o jornalista precise tomar cuidado para que essa proximidade não seja responsável por interferir, mesmo que involuntariamente, em suas analises.

Mano Menezes é um “espertalhão” educado, e, invariavelmente, trata muito bem aqueles que nele acreditam e, por consequência, tendem a criticá-lo menos, embora demonstre sua real personalidade com quem questiona seus procedimentos nos bastidores do esporte.

PVC tem sua opinião formada, e positiva, sobre o trabalho de Mano Menezes como treinador da Seleção Brasileira dentro das quatro linhas.

Tem absoluto direito de pensar assim, mesmo que possamos eventualmente discordar de uma ou outra colocação.

Porém, está sendo levado a cometer graves equívocos ao analisar a conduta, tanto do treinador quanto de seu empresário, fora das quatro linhas.

Mano Menezes, que se apresenta sempre como “amigo” de PVC entre seus próximos, não tem se comportado como tal ao despejar informações mentirosas ao jornalista, comprometendo seriamente sua analise.

Não é verdade que apenas 4 ou 6 jogadores ligados a Carlos Leite foram convocados pelo treinador durante seu período de CBF.

A informação, divulgada por PVC, lhe foi transmitida pelo próprio empresário, que, levianamente, ocultou, no mínimo, outras duas dezenas de atletas.

Leite possui jogadores que tratam diretamente com suas empresas, e outros que utilizam-se de prepostos, mas que, na verdade, respondem às ordens do empresário.

Foi o empresário de Mano Menezes que intermediou, por exemplo, o acordo do treinador para convocar atletas da Ucrânia, num restaurante da Inglaterra, que, segundo testemunhas, rendeu ao “grupo” US$ 3 milhões.

PVC errou ao fechar os olhos para as evidências com o cômodo discurso de que “só acredito se mostrarem provas”, o mesmo utilizado, anos a fio, por defensores de Paulo Maluf, Ricardo Teixeira e, agora, do presidente Lula.

Como se essa gente passasse recibo de todas as transações nebulosas que são executadas.

O jornalista não pode se dar ao luxo de ser “ingênuo”, termo utilizado pelo próprio PVC durante um evento sobre torcidas organizadas, em que garantiu, e foi rebatido por este jornalista, de que no Brasil os profissionais de imprensa não correm riscos com torcedores.

Antes de terminar minhas colocações, deixo claro que tenho absoluto apreço por PVC, que é trabalhador e muito bom, talvez o melhor, comentando partidas de futebol.

A crítica é específica a sua analise, equivocada por demais, do ex-treinador da Seleção Brasileira.

Palavras estas que colaboram, até pela credibilidade que possui no meio, para transformar vilões de casaca em mocinhos, trabalhando, involuntariamente, para o sucesso de grupos que fazem mal ao esporte nacional.

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