Está sendo apurado, no 23º DP, um Inquérito de 12 volumes, com claros indícios de crimes praticados contra o Palmeiras.
Entre eles, lavagem de dinheiro, formação de quadrilha, evasão de divisas, sonegação fiscal, estelionato, emissão de Notas Fiscais frias, etc.
Diversas pessoas estão sendo chamadas a depor, muitas delas já foram ouvidas.
O prazo para o relatório final é de 90 dias.
Tivemos acesso a alguns documentos e informações absolutamente alarmantes.
Por exemplo, a empresa VALTEC WICON COMERCIO E SERVIÇOS LTDA, foi contratada, em 01 de setembro de 2006, para prestar serviço de Assessoria, consultoria e regulação em contratos de seguros, patrimoniais, prediais, atletas e funcionários em geral.
Pela bagatela de R$ 326 mil, divididos em quatro pagamentos de 81,5 mil.
Pela documentação que republicamos abaixo, você notará que a razão social da empresa nada tem a ver com o serviço contratado, contando apenas “Comercio Varejista (Loja) especializado de Equipamentos de Telefonia e Comunicação.”
Com autorização do então dirigente JOSÉ CIRILLO (que assinou o contrato), o Palmeiras quitou todas as quatro prestações (Confira abaixo NF do pagamento da 2ª parcela).
A Polícia de São Paulo, e também o Ministério Público, até a presente data não conseguiram localizar os sócios da empresa descritos no Contrato Social, na verdade, sequer sabem de fato existem.
No início das investigações, coube ao então promotor à época, José Carlos Blat, a incumbência de localizá-los.
Sem sucesso.
Observando os depoimentos do processo, percebemos, então, diversas divergências de versões.
Em primeiro lugar, é fato que o referido serviço NUNCA foi prestado no clube, e que dirigentes sacaram os valores do caixa palmeirense, beneficiando-se pessoalmente do golpe, utilizando-se do contrato citado acima e das notas falsas de serviços.
Outro fator importante, e que deixa atônito este jornalista, é o fato dos valores terem sido pagos em cheque, e até o momento não tenha sido verificado pelo clube em que contas foram depositados.
Della Mônica, indubitavelmente, sabia de toda a operação.
Cirillo, que assinou o contrato, disse a Policia que o fez seguindo ordens de Salvador Hugo Palaia, um dos caciques alviverdes.
Enquanto isso, o auditor interno, Vitor Cestari, em depoimento no MPSP, disse não saber de nada, que nunca viu esses documentos, e que se tivessem passado por suas mãos teria encaminhado diretamente ao departamento jurídico.
Ou seja, o Palmeiras vem sendo roubado há tempos, e, somente agora, muitas das sujeiras escondidas embaixo do imundo tapete da corrupção, começam a aparecer.
Amanhã publicaremos nova evidência de favorecimento de dirigentes, também ligada ao mesmo IP, do 23º DP.
Vale a pena conferir.