Estive com o promotor Paulo Castilho em minha audiência com Kia Joorabchian.
Na ocasião trocamos algumas palavras sobre a violência das torcidas organizadas.
Ele defendeu a tese da cota de 5% para o torcedor visitante.
Respondi que, em minha opinião, a solução estava longe de ser a melhor.
“Promotor, basta cumprir a lei. Estádios numerados, sem divisão de torcedores. Será o fim dos grupos de marginais organizados”, foi a minha sugestão.
Paulo Castilho respondeu que havia a necessidade de adequar os estádios, e que isto ainda levaria tempo.
“Se ninguém começar, nada acontece. Afinal, a lei está ai para ser cumprida, não ?”, respondi.
Ainda sobre o assunto, disse ao promotor que, se fosse para manter a atual regra, seria melhor que o sistema de torcida apenas do mandante tivesse acesso ao estádio.
“Promotor, deixar 5% de visitantes irem ao estádio, com 95 % de mandantes pode terminar em um massacre do grupo que estiver em menor número. Lembre-se que está lidando com animais, com todo respeito aos bichos.”.
Parece que estava antevendo a tragédia.
Ao que tudo indica Paulo Castilho adotará a solução de torcida única.
Melhor do que a anterior, mas ainda muito longe de ser a adequada.
Basta cumprir o Estatuto do Torcedor.
Não tenho dúvidas de que as coisas melhorariam, e muito.
Separados, sem a proteção da “turma”, os bandidos organizados transformam-se em ratinhos medrosos.
Com o tempo e a melhora do nível de freqüência, a tendência seria a deste grupo de acéfalos sentir-se deslocado em um ambiente mais saudável e, por conseqüência, aos poucos, irem abandonando os estádios.
Seria um alívio para o torcedor de bem.
Na minha opinião, uma medida de efeito seria o fim da distribuição de ingressos para as organizadas por parte das diretorias. Como eles aparentemente não trabalham, -basta ver os horários em que eles invadem os treinos do Fluminense, Flamengo etc.- dificilmente eles pagariam 20 ou 30 reais, uma ou duas vezes toda semana, para assistirem aos jogos.
O que achas, Paulinho?
abs
mas paulinha a sugestão ja e usada na inglaterra estadios sem alanbrado sem fosso …..
Paulinho, difícil é acreditar no promotor Paulo Castilho né, pois quando ele assumiu o caso do confronto entre policiais e torcedores do Corinthians no Morumbi só falou bobagem. Primeiro acusou os corinthianos, foi desmentido pela própria policia e pelo comandante daquele dia no Morumbi, depois disse que as fitas de vídeo indicariam culpados e até agora nada, depois junto com a policia caiu na conversa de um cachaceiro que disse ser ele o autor da bomba, mais tarde caiu na mesma conversa do ministro dos esportes dizendo que deveria ter somente uma torcida no estádio e estranhamente nunca mais tocou no assunto, resta lembrar que daquele episódio sairam quase 50 pessoas feridas inclusive algumas com fraturas expostas, será que ao menos ele orientou alguns desses torcedores a acionarem o são paulo jf na justiça para receberem pelos danos causados a saúde e a moral? E o caso daquele muro que sequer tinha autorização do contru? Ou será que ele como o Orlando Silva e o Ricardo Teixeira também entende que tudo deve ser esquecido em nome da Copa do Mundo no Brasil. Vale ainda lembrar que a morte do torcedor aconteceu fora do estádio como disse Ricardo Teixeira mas esses outros fatos dos 50 feridos foram dentro do estádio do Morumbi e nenhuma providência foi tomada, viu.
Paulinho, o pior acontece fora dos estádios. O que aconteceu quarta-feira foi nas barbas da polícia.
Essa questão é séria e a separação das torcidas pode até ajudar, mas se a polícia ficar só na moleza não consegue minimizar nada.
Porque quando a polícia precisa escoltar figurões da política nunca acontece nada?
A idéia (aliás, a lei) sobre lugares numerados e torcedores identificados no estádio é excelente. O problema é que mais uma morte, de centenas (acho que já estamos na casa dos cem, né?) ocorreu fora do estádio. Qual a idéia (ou a lei) para garantir a segurança pra quem vai e pra quem volta do estádio de futebol? Ou pra quem está simplesmente passando pela rua, com uma camisa com cores (não precisa nem ser a oficial do time) de um time rival? Falta vontade e competência de todo lado…..
Cadastramento não é a solução. Controle da população é só mais um meio de inibir a sua liberdade individual. Como o titulo do post já diz, basta cumprir a lei.
Ideias mirabolantes, engenhosas e inuteis só mostram a falencia da Policia e da Justiça. Torcedor é pego brigando, vai para a cadeia. Paga a fiança, sai e passa um mês, é pego novamente, não tem porque sair. É tão simples.
Na segunda vez brigando, você não vai ter direito a pagar fiança, e com um tempo minimo na cadeia por 6 meses. Depois disso, se for pego novamente, 1 ano e meio de xilindró, e assim sucessivamente.
Eu não entendo porque na rua, se você der um murro em um policial você é preso, mas com a camisa de um clube não… As pessoas ainda tratam futebol como algo fora da sociedade, como se oque você fizesse ali, não vale na vida real. Quanta idiotice!
Paulinho, você é genial. Pena que ninguém ainda percebeu sua capacidade, sua inteligência. Tudo que você fala dá certo, né…
“Com o tempo e a melhora do nível de freqüência, a tendência seria a deste grupo de acéfalos sentir-se deslocado em um ambiente mais saudável e, por conseqüência, aos poucos, irem abandonando os estádios.”
Ou então os torcedores de bem se sentirem desconfortáveis, né?! Porque aguentar 90 minutos ao lado de pessoas desprezíveis vai ser dose para leão. Os caras te xingam só porque você veste a camisa do time adversário. Tomara que isolados eles não importunem quem quer assistir ao espetáculo.
A solução é cumprir a lei, como vc disse, e acabar com as organizadas.
E parar de achar que torcedor é gado, e começar a tratá-lo como gente.
Acabar com as organizadas já se mostrou inutil, e pense bem, não tem muita logica. Nem vou me alongar no papinho de que nem todo mundo da organizada é bandido.
Na inglaterra, os torcedores organizados ainda existem, e com eles os hooligans também. Só que lá, o cara vai preso.
Mais de 20 ou 30 anos de problemas com violencia, e a saida é mesma e está sempre lá, prender quem tem que ser preso!
Não precisa de metodos, diminuição de visitantes, cadastratamento do publico e etc. É só começar a prender os bandidos brigões!
É eu sei, oque barra isso hoje é a decadencia do sistema judiciario que precisa ser revisto. Os advogados das organizadas sempre encontram brechas para a libertação dos delinquentes. Mas a solução é simples, basta querer!
E sobre aqueles que acham isso um absurdo, pois se continuar assim, vamos passar vergonha na Copa, vergonha é dizer um absurdo desses. A intenção de se mudar a Legislação, não é para gringo ver, é para a população ficar mais segura. Até porque a Copa do Mundo não vai ser para o povo, e sim para burgues.
Bom, os hooligans também virão e vão começar o maior vandalismo. Eles só não sabem que aqui os vandalos são bandidos e usam coisas de bandidos, ou seja, provavelmente serão mortos pelas facções daqui.
Porrete sem dó e cadeia.
Fora isso o resto é perfumaria.
Se condenado nada de serviço à comunidade ou qualquer outra pena alternativa, pena de no mínimo 2 anos, ai acaba a valentia dessa gente.
eles pintam e bordam depois são chamados pelo comando da PM, Ministério Público para fazer acordo de boa conduta, são entrevistados pela imprensa, voltam a fazer malcriação e nada acontece novamente.
Há 30 anos é a mesma balela.
Pra dizer a verdade: já encheu o saco há muito tempo!
O papel de cada um
por Leonor Macedo
Quando o William foi incendiado por faíscas de sinalizadores e papéis picados, resultado de uma equação bem simples e capaz de ser prevista até por uma criança ainda bem pequenina, boa parte da imprensa sorriu. Achou curioso – para não dizer engraçado – que diante de um Pacaembu lotado, o capitão do time campeão paulista de 2009 pegasse fogo ao lado do Ministro dos Esportes Orlando Silva, do Secretário de Esportes da Cidade de São Paulo Walter Feldman e do presidente do clube Andres Sanchez. E, mais uma vez, limitou-se a resumir o fato somente em manchete e noticiou-o em duas linhas como se fosse um acidente casual.
Ao atear fogo no ônibus da torcida do Vasco ontem, 03/06, os torcedores corinthianos conseguiram uma atenção pouco maior por parte dos jornalistas. Digo pouco porque, apesar de ter sido massacrada com notícias sobre o fato em todos os veículos de comunicação, nenhum jornalista buscou, novamente, saber o que aconteceu na noite de ontem.
Li um promotor discursar sobre uma possível emboscada de corinthianos, associados aos Gaviões da Fiel e pertencentes ao movimento da Rua São Jorge, preparados para pegarem a torcida do Vasco na Ponte das Bandeiras. Ouvi a polícia dizer que nos quatro carros que acompanhavam o ônibus das pessoas da Rua São Jorge havia barras de ferro e uma espingarda de calibre 12. Vi a Ana Maria Braga gritar com um papagaio falante ao seu lado que “aquilo não era torcedor, mas um bando de marginal e vagabundo”.
E precisei de três ou quatro telefonemas para tentar ouvir quem nunca é ouvido. Alguém que, infelizmente, é sempre um de nós.
**
Quando o Mandioca me procurou na arquibancada ontem, no intervalo do jogo, e me disse que havia ocorrido um confronto entre torcedores da Rua São Jorge e torcedores do Vasco, eu busquei com os olhos algum amigo integrante do movimento. Achei e perguntei se ele tinha alguma informação.
– Estou esperando alguém me dar notícias, mas há bastante gente ferida porque o negócio foi feio. Parece que houve um tiroteio.
Vi as lideranças das torcidas conversando próximas ao alambrado até o intervalo do segundo tempo. Senti um clima tenso, pesado, frio, preocupado e preocupante. Mais do que já estava naquela noite gelada de outono, de uma semifinal vencida por 0 a 0 em uma partida mal disputada.
Ao sair, esmagada por uma multidão desorganizada, peguei uma carona com um amigo. Ligamos o rádio e ouvimos que havia um ônibus da torcida do Vasco incendiado do lado de fora do Pacaembu em represália à morte de um torcedor corinthiano na Marginal Tietê.
Cheguei a minha casa e as primeiras informações já estavam na internet: emboscada, briga, tiro, espancamento, fogo, ônibus, nada. Liguei para dois ou três amigos que provavelmente estariam no ônibus de corinthianos da Marginal, já que eles são lideranças do Movimento Rua São Jorge e costumam sair do Corinthians em dia de jogo até o Pacaembu. Nada mais coerente. Nenhum atendia ao telefone. Dormi mal e preocupada.
Quando acordei, as notícias eram as mesmas. Exatamente nada apurado. Liguei o MSN e encontrei um amigo que havia visto ontem no estádio:
– Está sabendo de alguma informação?
– Sim. Saí do jogo e fui ao PS de Santana, para onde foram levados os torcedores feridos. O torcedor morto não foi reconhecido. Foi encontrado pelado, só de cueca, na Praça Campo de Bagatelle, sem nenhum documento e desfigurado.
– E o que aconteceu?
– 15 ônibus do Vasco cruzaram com um do Corinthians na Marginal Tietê.
Difícil acreditar que torcedores de um ônibus do Corinthians fizessem emboscada para 15 ônibus com torcedores do Vasco. Nem toda a falta de bom senso do mundo atropelaria essa matemática.
Depois falei de novo com o Mandioca, que tinha conversado com o Sid, que tinha falado com o Gabriel, todos tentando encontrar alguma informação do que aconteceu, de algum amigo ferido, morto.
O Gabriel não tinha conseguido entrar no estádio porque um dos meninos que estava com o ingresso dele também estava no ônibus da Rua São Jorge, indo para o Pacaembu. Às 21h50, horário em que começaria o jogo, ele ligou para esse amigo:
– Pô, são 21h50. Cadê você com meu ingresso? O jogo está começando.
– A polícia parou a gente para uma revista aqui na frente do Clube Esperia. Acho que já já eu to aí. Peraí, mano, putaquepariu!!!!! Peraí que os caras da Força Jovem estão correndo para cima da gente.
E desligou o telefone. O Gabriel não entendeu bem o que tinha acontecido e continuou na porta do estádio, na esperança de conseguir o seu ingresso e entrar para ver o jogo. Um tempo depois, apareceram de táxi algumas pessoas que estavam na briga para contar o que tinha acontecido. Pareciam zumbis, inchados, cortados, com os agasalhos encharcados de sangue.
– Quem conseguiu escapar está aqui. Quem não conseguiu, está preso ou foi parar no hospital – disse um deles para o Gabriel.
**
Depois li na internet o promotor declarando que a emboscada já estava armada há muito tempo. Que na quarta-feira de manhã ele já tinha recebido uma denúncia e que a torcida do Vasco tinha proposto deixar os ônibus nas sedes da TUP e da Mancha Verde, organizadas do Palmeiras e que são co-irmãs da Força Jovem, como eles gostam de dizer. Mas que a promotoria e a polícia não tinham aceitado porque, no trajeto a pé ao Pacaembu, haveria enfrentamento entre torcedores.
Ficou decidido que ao chegar a Guarulhos os ônibus da torcida do Vasco receberiam escolta policial até o Pacaembu, fazendo o caminho pela Marginal Tietê. Mesmo caminho que fazem os torcedores corinthianos lá da Zona Leste e que a polícia do estado saberia se tivesse alguma comunicação até mesmo por um walk talk.
Foi neste trajeto que tudo aconteceu. E só quem estava lá saberia me dizer o que tinha rolado. Até que consegui falar com um dos amigos lideranças do movimento, hospitalizado.
– Como você está?
– Sem dente, cabeça cheia de ponto, com dor até para respirar. Talvez tenha que operar a mão e o braço.
– E o que aconteceu?
O que aconteceu foi que a Rocam parou o ônibus dos torcedores do Corinthians para uma revista. E parou quatro carros de corinthianos que estavam junto. O ônibus dos torcedores corinthianos não tinha nenhuma escolta policial porque, segundo a promotoria, eles não são torcedores organizados com CNPJ. Mas são. Torcedores dos Gaviões da Fiel que se reúnem longe da sede. Só que em um Estado de Direito, onde existe uma constituição que alega que é dever desse Estado zelar pela segurança de seus cidadãos, qualquer pessoa física deveria ter garantida a sua integridade física. Não precisaria pertencer a nenhuma associação, agremiação, clube, empresa, fundação, OSCIP, ONG para conseguir chegar viva ao estádio de futebol. A qualquer lugar.
Com a proteção policial negada e sob ameaça de bater e apanhar, provavelmente a mesma que o promotor havia recebido na manhã de quarta, esse grupo de corinthianos resolveu fazer a própria segurança. Gentileza gera gentileza, estupidez gera estupidez.
Ao ver a Rocam parada em frente ao Clube Esperia, dando uma batida policial no grupo de corinthianos, outros 20 policiais da Rocam que trabalhavam na escolta da torcida do Vasco e que não foram avisados que por aquele caminho fatalmente as torcidas se encontrariam, resolveram parar os ônibus do Vasco a fim de evitar esse confronto. Mas pararam muito perto. Aos poucos, eles foram descendo, 800 deles.
Incontroláveis como toda massa enfurecida por uma rivalidade bestial, porém histórica, os vascaínos partiram para cima dos corinthianos. Carregando barras de ferro, armas, paus, rojões e outros objetos que serviram de arma e que não foram tomados pelos policiais da escolta em uma revista que não aconteceu. E massacraram os corinthianos. E mataram um deles atirando o corpo em uma praça que foi palco da comemoração do Campeonato Paulista de 2009, no mesmo dia que o William pegou fogo.
**
Eu que estava no estádio, soube disso no dia seguinte, mas não saberia se não tivesse ligado para meia dúzia de amigos e só esperasse a notícia que me dão. O que sei é que, naquela noite – e falo agora como se tivesse passado muito tempo porque será daquelas noites que carregarei para sempre – os 800 torcedores do Vasco que brigaram antes do jogo chegaram atrasados na partida, mas chegaram. Conseguiram entrar no estádio, assistir a partida do seu time que, mesmo perdendo, lutou até o final pela classificação. Mas o Clayton, que morreu nu e desfigurado em uma praça da Zona Norte de São Paulo, não vai conseguir chegar nunca mais.
**
Essa é a versão que não é publicada nos jornais, que não aparece na televisão, que não se ouve no rádio, mas que mesmo assim existe. Que é fruto de uma equação tão banal quanto àquela que fez o William pegar fogo na alegria de se comemorar um título. E que, nem por isso, é evitada.
Quem sofre a violência dentro e fora dos estádios sabe quais são os motivos que o levam a ela. Sabe que qualquer violência é fruto de algo muito maior: de uma nação deseducada, desorganizada e cada vez mais desumana; de um Estado omisso, corruptível, impune, burocrático; de uma polícia despreparada, mal paga, preconceituosa; de uma imprensa burra, preguiçosa e reacionária; de um futebol paternalista, aproveitador, interesseiro e explorador.
E sabe justamente o que fazer para combater a violência. Toda a promotoria, comissão de paz, clubes, polícia, torcedores, ministério, imprensa, todo mundo sabe qual é seu papel nessa história. Mas só o que se vê é a repetição dos mesmos erros. E a simplificação das soluções. Porque é muito mais fácil criar uma camisa e um ônibus à prova de fogo do que parar de atear fogo em jogador e matar torcedor, cidadão. Todos nós inflamamos o William. Todos nós matamos o Clayton.
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Leonor Macedo é jornalista, mãe de um menino de quase 8 anos e freqüentadora das arquibancadas do Pacaembu desde pequena. Apesar de tudo o que relata no texto, não desiste de fazer parte de um mundo diferente. Dentro e fora dos estádios.
A Farsa chamada Paulo Castilho
Esse promotor deveria saber. Tivemos que engolir durante anos um tal de Fernando Capez. Sujeito arrogante, louco para aparecer nos jornais e sem nenhum conhecimento de causa. Agora vem mais um tripudiar em cima de cada morte em busca de um sucesso esporádico, passageiro, que certamente vai se transformar em pesadelo.
Primeiro aos fatos. Por que Paulo Castilho é mentiroso?
Porque não houve emboscada, palavra que jornalistas adoram, mesmo que fora de contexto. Houve um encontro casual na Marginal. Não houve emboscada por motivos simples. Se houvesse, estariam presentes não apenas mulheres e integrantes da torcida que moram na zona Leste, mas todos aqueles que se dispõem a guerrear dentro dessa lógica louca que move as torcidas do Brasil. Esses em sua maioria estavam no Pacaembú, direto do trabalho, sem nenhuma intenção que não fosse assistir ao jogo do Corinthians. E, de fato, quem parou o ônibus da torcida do Corinthians foi a polícia, e os ônibus do Vasco foram parados logo atrás, também pela polícia. Mais do que isso. Um ônibus com mulheres para enfrentar 15 ônibus de torcedores vascaínos que vieram para um jogo de risco, como é o caso, foge à lógica simples de qualquer conflito. E se a Polícia Militar se RECUSA a oferecer escolta, os torcedores buscam meios para isso, do jeito que for possível. Quando são brigas premeditadas todos que estão presente sabem dos riscos que correm, e, se respondem com o corpo rasgado, braços quebrados, dentes perdidos, pontos na cabeça ou na forma da lei, é opção deles. Na quarta corinthianos lutaram pelas suas vidas. Na proporção de 10/1. Os que serão acusados de formação de quadrilha são inocentes nesse caso, e se não tivessem lutado poderiam agora estar juntos ao Cleyton. O promotor discursa como se tivesse inventado a roda ao dizer que “descobriu” que a torcida do Vasco viria para a sede da torcida do Palmeiras em São Paulo. Parabéns promotor, você descobriu o que a Força faz há 20 anos. E ainda confundiu as coisas, já que não existe problema em torcidas desenvolverem relações cordiais. Se não fossem amigos seriam inimigos. O problema é outro. É ter uma trabalho de inteligência BURRO. Que não permite que uma torcida receba a outra e que não monitora os movimentos daqueles que poderiam se envolver em conflitos. Melhor se a Força tivesse ido para a Mancha, como sempre fez, e o trabalho da polícia e do tal promotor fosse bem feito. Mais do isso. Ele elogia o trabalho da polícia incompetente, incapaz de poupar seus próprios esforços. Os policiais que deveriam escoltar os ônibus da torcida do Vasco não deram conta de segurá-los. E não enviaram uma única moto para a Rua São Jorge para escoltá-los. Um único policial, com uma moto e um rádio seria capaz de ter evitado o ocorrido. Uma simples comunicação seria capaz de de desviar os caminhos e evitar o encontro. Mas o que acontece? O que está por trás? A POLÍCIA E O TAL PROMOTOR NÃO RECONHECEM A RUA SÃO JORGE COMO TORCIDA. É piada? Se inspiraram em Israel e no Hamas? Um cidadão que outro dia descobriu que as torcidas existem e rendem fama não reconhece torcedores que há mais de 20 anos viajam pelo Brasil inteiro acompanhando o Corinthians!!! Pasmem. Eles escolhem quem deve e quem não deve ser reconhecido. Mas quem se responsabiliza pela morte de mais um trabalhador? Sim, intergrantes de torcida em sua grandíssima maioria são trabalhadores com carteira assinada, residência fixa e que deveriam ser tratados de outra forma. O conflito entre as torcidas do Vasco e do Corinthians é antigo. As primeiras estórias que chegam aos nossos ouvidos versam sobre um jogo em 1987 em São Januário, em que corinthianos passaram aperto para conseguir assistir ao jogo naquele estádio. Depois de lá, um único momento de diálogo em 1994, num jogo também em São Januário. Mas muito mais conflitos, pedradas, roubo de bandeiras, tiros e outros incidentes. O pseudo-promotor deveria se atentar a isso, não à relação de cordiallidade entre a Mancha e a Força. Deveria se preocupar em escoltar todos os que poderiam se envolver em um conflito. Deveria promover o diálogo, o entendimento, a paz. Entender as razões por trás da loucura e tentar desmontá-la. É tão incompetente quanto a polícia militar, que (rir para não chorar) não reconhece a Rua como torcida, por não ter CNPJ. Se aqueles não são torcedores organizados, queria saber quem é! Dessa vez foi acidente, casual, não-intencional, não-premeditado. O que ocorreu foi graças ao fato de existir um longo histórico de conflitos entre as torcidas. Que foi ignorado em nome daquilo que essas pessoas desqualificadas acreditam ser verdade, de maneira arrogante, sem diálogo, sem respeito. A morte de quarta-feira deveria ter sido evitada e a responsabilidade é de um trabalho ignorante e preconceituoso. Agora a geração de torcedores do Corinthians que vivenciou esse episódio continuará se armando para as próximas batalhas, porque para quem acompanha seu time Brasil a fora a realidade é essa, cruel, mas desse jeitinho. A falta de vida inteligente dando as cartas em um problema tão sério me deixa desesperançoso quanto ao futuro. Mais repressão, mais violência, torcedores na cadeia ou leis estúpidas. Vai querer jogo de uma torcida só para jogos entre times do Rio e de São Paulo, promotor? Vai assinar embaixo a incompetência do Estado em dar segurança aos torcedores e fechar as arquibancadas? É esse o seu trabalho? É muita desqualificação, isso sim. Eu acuso Paulo Castilho e a Polícia Militar de São Paulo. Fora tratante, volta Coronel Rezende!
O papel de cada um
por Leonor Macedo
Quando o William foi incendiado por faíscas de sinalizadores e papéis picados, resultado de uma equação bem simples e capaz de ser prevista até por uma criança ainda bem pequenina, boa parte da imprensa sorriu. Achou curioso – para não dizer engraçado – que diante de um Pacaembu lotado, o capitão do time campeão paulista de 2009 pegasse fogo ao lado do Ministro dos Esportes Orlando Silva, do Secretário de Esportes da Cidade de São Paulo Walter Feldman e do presidente do clube Andres Sanchez. E, mais uma vez, limitou-se a resumir o fato somente em manchete e noticiou-o em duas linhas como se fosse um acidente casual.
Ao atear fogo no ônibus da torcida do Vasco ontem, 03/06, os torcedores corinthianos conseguiram uma atenção pouco maior por parte dos jornalistas. Digo pouco porque, apesar de ter sido massacrada com notícias sobre o fato em todos os veículos de comunicação, nenhum jornalista buscou, novamente, saber o que aconteceu na noite de ontem.
Li um promotor discursar sobre uma possível emboscada de corinthianos, associados aos Gaviões da Fiel e pertencentes ao movimento da Rua São Jorge, preparados para pegarem a torcida do Vasco na Ponte das Bandeiras. Ouvi a polícia dizer que nos quatro carros que acompanhavam o ônibus das pessoas da Rua São Jorge havia barras de ferro e uma espingarda de calibre 12. Vi a Ana Maria Braga gritar com um papagaio falante ao seu lado que “aquilo não era torcedor, mas um bando de marginal e vagabundo”.
E precisei de três ou quatro telefonemas para tentar ouvir quem nunca é ouvido. Alguém que, infelizmente, é sempre um de nós.
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Quando o Mandioca me procurou na arquibancada ontem, no intervalo do jogo, e me disse que havia ocorrido um confronto entre torcedores da Rua São Jorge e torcedores do Vasco, eu busquei com os olhos algum amigo integrante do movimento. Achei e perguntei se ele tinha alguma informação.
– Estou esperando alguém me dar notícias, mas há bastante gente ferida porque o negócio foi feio. Parece que houve um tiroteio.
Vi as lideranças das torcidas conversando próximas ao alambrado até o intervalo do segundo tempo. Senti um clima tenso, pesado, frio, preocupado e preocupante. Mais do que já estava naquela noite gelada de outono, de uma semifinal vencida por 0 a 0 em uma partida mal disputada.
Ao sair, esmagada por uma multidão desorganizada, peguei uma carona com um amigo. Ligamos o rádio e ouvimos que havia um ônibus da torcida do Vasco incendiado do lado de fora do Pacaembu em represália à morte de um torcedor corinthiano na Marginal Tietê.
Cheguei a minha casa e as primeiras informações já estavam na internet: emboscada, briga, tiro, espancamento, fogo, ônibus, nada. Liguei para dois ou três amigos que provavelmente estariam no ônibus de corinthianos da Marginal, já que eles são lideranças do Movimento Rua São Jorge e costumam sair do Corinthians em dia de jogo até o Pacaembu. Nada mais coerente. Nenhum atendia ao telefone. Dormi mal e preocupada.
Quando acordei, as notícias eram as mesmas. Exatamente nada apurado. Liguei o MSN e encontrei um amigo que havia visto ontem no estádio:
– Está sabendo de alguma informação?
– Sim. Saí do jogo e fui ao PS de Santana, para onde foram levados os torcedores feridos. O torcedor morto não foi reconhecido. Foi encontrado pelado, só de cueca, na Praça Campo de Bagatelle, sem nenhum documento e desfigurado.
– E o que aconteceu?
– 15 ônibus do Vasco cruzaram com um do Corinthians na Marginal Tietê.
Difícil acreditar que torcedores de um ônibus do Corinthians fizessem emboscada para 15 ônibus com torcedores do Vasco. Nem toda a falta de bom senso do mundo atropelaria essa matemática.
Depois falei de novo com o Mandioca, que tinha conversado com o Sid, que tinha falado com o Gabriel, todos tentando encontrar alguma informação do que aconteceu, de algum amigo ferido, morto.
O Gabriel não tinha conseguido entrar no estádio porque um dos meninos que estava com o ingresso dele também estava no ônibus da Rua São Jorge, indo para o Pacaembu. Às 21h50, horário em que começaria o jogo, ele ligou para esse amigo:
– Pô, são 21h50. Cadê você com meu ingresso? O jogo está começando.
– A polícia parou a gente para uma revista aqui na frente do Clube Esperia. Acho que já já eu to aí. Peraí, mano, putaquepariu!!!!! Peraí que os caras da Força Jovem estão correndo para cima da gente.
E desligou o telefone. O Gabriel não entendeu bem o que tinha acontecido e continuou na porta do estádio, na esperança de conseguir o seu ingresso e entrar para ver o jogo. Um tempo depois, apareceram de táxi algumas pessoas que estavam na briga para contar o que tinha acontecido. Pareciam zumbis, inchados, cortados, com os agasalhos encharcados de sangue.
– Quem conseguiu escapar está aqui. Quem não conseguiu, está preso ou foi parar no hospital – disse um deles para o Gabriel.
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Depois li na internet o promotor declarando que a emboscada já estava armada há muito tempo. Que na quarta-feira de manhã ele já tinha recebido uma denúncia e que a torcida do Vasco tinha proposto deixar os ônibus nas sedes da TUP e da Mancha Verde, organizadas do Palmeiras e que são co-irmãs da Força Jovem, como eles gostam de dizer. Mas que a promotoria e a polícia não tinham aceitado porque, no trajeto a pé ao Pacaembu, haveria enfrentamento entre torcedores.
Ficou decidido que ao chegar a Guarulhos os ônibus da torcida do Vasco receberiam escolta policial até o Pacaembu, fazendo o caminho pela Marginal Tietê. Mesmo caminho que fazem os torcedores corinthianos lá da Zona Leste e que a polícia do estado saberia se tivesse alguma comunicação até mesmo por um walk talk.
Foi neste trajeto que tudo aconteceu. E só quem estava lá saberia me dizer o que tinha rolado. Até que consegui falar com um dos amigos lideranças do movimento, hospitalizado.
– Como você está?
– Sem dente, cabeça cheia de ponto, com dor até para respirar. Talvez tenha que operar a mão e o braço.
– E o que aconteceu?
O que aconteceu foi que a Rocam parou o ônibus dos torcedores do Corinthians para uma revista. E parou quatro carros de corinthianos que estavam junto. O ônibus dos torcedores corinthianos não tinha nenhuma escolta policial porque, segundo a promotoria, eles não são torcedores organizados com CNPJ. Mas são. Torcedores dos Gaviões da Fiel que se reúnem longe da sede. Só que em um Estado de Direito, onde existe uma constituição que alega que é dever desse Estado zelar pela segurança de seus cidadãos, qualquer pessoa física deveria ter garantida a sua integridade física. Não precisaria pertencer a nenhuma associação, agremiação, clube, empresa, fundação, OSCIP, ONG para conseguir chegar viva ao estádio de futebol. A qualquer lugar.
Com a proteção policial negada e sob ameaça de bater e apanhar, provavelmente a mesma que o promotor havia recebido na manhã de quarta, esse grupo de corinthianos resolveu fazer a própria segurança. Gentileza gera gentileza, estupidez gera estupidez.
Ao ver a Rocam parada em frente ao Clube Esperia, dando uma batida policial no grupo de corinthianos, outros 20 policiais da Rocam que trabalhavam na escolta da torcida do Vasco e que não foram avisados que por aquele caminho fatalmente as torcidas se encontrariam, resolveram parar os ônibus do Vasco a fim de evitar esse confronto. Mas pararam muito perto. Aos poucos, eles foram descendo, 800 deles.
Incontroláveis como toda massa enfurecida por uma rivalidade bestial, porém histórica, os vascaínos partiram para cima dos corinthianos. Carregando barras de ferro, armas, paus, rojões e outros objetos que serviram de arma e que não foram tomados pelos policiais da escolta em uma revista que não aconteceu. E massacraram os corinthianos. E mataram um deles atirando o corpo em uma praça que foi palco da comemoração do Campeonato Paulista de 2009, no mesmo dia que o William pegou fogo.
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Eu que estava no estádio, soube disso no dia seguinte, mas não saberia se não tivesse ligado para meia dúzia de amigos e só esperasse a notícia que me dão. O que sei é que, naquela noite – e falo agora como se tivesse passado muito tempo porque será daquelas noites que carregarei para sempre – os 800 torcedores do Vasco que brigaram antes do jogo chegaram atrasados na partida, mas chegaram. Conseguiram entrar no estádio, assistir a partida do seu time que, mesmo perdendo, lutou até o final pela classificação. Mas o Clayton, que morreu nu e desfigurado em uma praça da Zona Norte de São Paulo, não vai conseguir chegar nunca mais.
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Essa é a versão que não é publicada nos jornais, que não aparece na televisão, que não se ouve no rádio, mas que mesmo assim existe. Que é fruto de uma equação tão banal quanto àquela que fez o William pegar fogo na alegria de se comemorar um título. E que, nem por isso, é evitada.
Quem sofre a violência dentro e fora dos estádios sabe quais são os motivos que o levam a ela. Sabe que qualquer violência é fruto de algo muito maior: de uma nação deseducada, desorganizada e cada vez mais desumana; de um Estado omisso, corruptível, impune, burocrático; de uma polícia despreparada, mal paga, preconceituosa; de uma imprensa burra, preguiçosa e reacionária; de um futebol paternalista, aproveitador, interesseiro e explorador.
E sabe justamente o que fazer para combater a violência. Toda a promotoria, comissão de paz, clubes, polícia, torcedores, ministério, imprensa, todo mundo sabe qual é seu papel nessa história. Mas só o que se vê é a repetição dos mesmos erros. E a simplificação das soluções. Porque é muito mais fácil criar uma camisa e um ônibus à prova de fogo do que parar de atear fogo em jogador e matar torcedor, cidadão. Todos nós inflamamos o William. Todos nós matamos o Clayton.
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Leonor Macedo é jornalista, mãe de um menino de quase 8 anos e freqüentadora das arquibancadas do Pacaembu desde pequena. Apesar de tudo o que relata no texto, não desiste de fazer parte de um mundo diferente. Dentro e fora dos estádios.
A Farsa chamada Paulo Castilho
Esse promotor deveria saber. Tivemos que engolir durante anos um tal de Fernando Capez. Sujeito arrogante, louco para aparecer nos jornais e sem nenhum conhecimento de causa. Agora vem mais um tripudiar em cima de cada morte em busca de um sucesso esporádico, passageiro, que certamente vai se transformar em pesadelo.
Primeiro aos fatos. Por que Paulo Castilho é mentiroso?
Porque não houve emboscada, palavra que jornalistas adoram, mesmo que fora de contexto. Houve um encontro casual na Marginal. Não houve emboscada por motivos simples. Se houvesse, estariam presentes não apenas mulheres e integrantes da torcida que moram na zona Leste, mas todos aqueles que se dispõem a guerrear dentro dessa lógica louca que move as torcidas do Brasil. Esses em sua maioria estavam no Pacaembú, direto do trabalho, sem nenhuma intenção que não fosse assistir ao jogo do Corinthians. E, de fato, quem parou o ônibus da torcida do Corinthians foi a polícia, e os ônibus do Vasco foram parados logo atrás, também pela polícia. Mais do que isso. Um ônibus com mulheres para enfrentar 15 ônibus de torcedores vascaínos que vieram para um jogo de risco, como é o caso, foge à lógica simples de qualquer conflito. E se a Polícia Militar se RECUSA a oferecer escolta, os torcedores buscam meios para isso, do jeito que for possível. Quando são brigas premeditadas todos que estão presente sabem dos riscos que correm, e, se respondem com o corpo rasgado, braços quebrados, dentes perdidos, pontos na cabeça ou na forma da lei, é opção deles. Na quarta corinthianos lutaram pelas suas vidas. Na proporção de 10/1. Os que serão acusados de formação de quadrilha são inocentes nesse caso, e se não tivessem lutado poderiam agora estar juntos ao Cleyton. O promotor discursa como se tivesse inventado a roda ao dizer que “descobriu” que a torcida do Vasco viria para a sede da torcida do Palmeiras em São Paulo. Parabéns promotor, você descobriu o que a Força faz há 20 anos. E ainda confundiu as coisas, já que não existe problema em torcidas desenvolverem relações cordiais. Se não fossem amigos seriam inimigos. O problema é outro. É ter uma trabalho de inteligência BURRO. Que não permite que uma torcida receba a outra e que não monitora os movimentos daqueles que poderiam se envolver em conflitos. Melhor se a Força tivesse ido para a Mancha, como sempre fez, e o trabalho da polícia e do tal promotor fosse bem feito. Mais do isso. Ele elogia o trabalho da polícia incompetente, incapaz de poupar seus próprios esforços. Os policiais que deveriam escoltar os ônibus da torcida do Vasco não deram conta de segurá-los. E não enviaram uma única moto para a Rua São Jorge para escoltá-los. Um único policial, com uma moto e um rádio seria capaz de ter evitado o ocorrido. Uma simples comunicação seria capaz de de desviar os caminhos e evitar o encontro. Mas o que acontece? O que está por trás? A POLÍCIA E O TAL PROMOTOR NÃO RECONHECEM A RUA SÃO JORGE COMO TORCIDA. É piada? Se inspiraram em Israel e no Hamas? Um cidadão que outro dia descobriu que as torcidas existem e rendem fama não reconhece torcedores que há mais de 20 anos viajam pelo Brasil inteiro acompanhando o Corinthians!!! Pasmem. Eles escolhem quem deve e quem não deve ser reconhecido. Mas quem se responsabiliza pela morte de mais um trabalhador? Sim, intergrantes de torcida em sua grandíssima maioria são trabalhadores com carteira assinada, residência fixa e que deveriam ser tratados de outra forma. O conflito entre as torcidas do Vasco e do Corinthians é antigo. As primeiras estórias que chegam aos nossos ouvidos versam sobre um jogo em 1987 em São Januário, em que corinthianos passaram aperto para conseguir assistir ao jogo naquele estádio. Depois de lá, um único momento de diálogo em 1994, num jogo também em São Januário. Mas muito mais conflitos, pedradas, roubo de bandeiras, tiros e outros incidentes. O pseudo-promotor deveria se atentar a isso, não à relação de cordiallidade entre a Mancha e a Força. Deveria se preocupar em escoltar todos os que poderiam se envolver em um conflito. Deveria promover o diálogo, o entendimento, a paz. Entender as razões por trás da loucura e tentar desmontá-la. É tão incompetente quanto a polícia militar, que (rir para não chorar) não reconhece a Rua como torcida, por não ter CNPJ. Se aqueles não são torcedores organizados, queria saber quem é! Dessa vez foi acidente, casual, não-intencional, não-premeditado. O que ocorreu foi graças ao fato de existir um longo histórico de conflitos entre as torcidas. Que foi ignorado em nome daquilo que essas pessoas desqualificadas acreditam ser verdade, de maneira arrogante, sem diálogo, sem respeito. A morte de quarta-feira deveria ter sido evitada e a responsabilidade é de um trabalho ignorante e preconceituoso. Agora a geração de torcedores do Corinthians que vivenciou esse episódio continuará se armando para as próximas batalhas, porque para quem acompanha seu time Brasil a fora a realidade é essa, cruel, mas desse jeitinho. A falta de vida inteligente dando as cartas em um problema tão sério me deixa desesperançoso quanto ao futuro. Mais repressão, mais violência, torcedores na cadeia ou leis estúpidas. Vai querer jogo de uma torcida só para jogos entre times do Rio e de São Paulo, promotor? Vai assinar embaixo a incompetência do Estado em dar segurança aos torcedores e fechar as arquibancadas? É esse o seu trabalho? É muita desqualificação, isso sim. Eu acuso Paulo Castilho e a Polícia Militar de São Paulo. Fora tratante, volta Coronel Resende!
Mesmo a distancia concordo com o acima, em meu entender a PM armou esta situação de emboscada para cobrir sua deficiência.
A PM é a ditadura camuflada, esta em todos os setores vida publica e privada, mandam e desmandam, seus erros e outras aberrações são acobertados.
Os estrelinhas usam e abusam de sua funções, enquanto soldados e cabos passam por varias privações.
EM TEMPO:
Sou contra torcidas Uniformizadas, sou de tempo em que se ia aos estadios em grupo e cada um com a camisa de seu time, tenho convicção q. existam varios aproveitadores e marginais nas mesmas, porém, na narração acima encontram-se varias verdades e estas ñ podem ser despresadas.
zamperetti fiori
cidadão e,
ex-árbitro de futebol
Entendo também que varios destes filiados ou ñ as torcidas uniformizadas, sejam verdadeiros profissionais.
Não é possivel a um trabalhador viajar e estar em todas as partidas, salvo se tiver financiamento ou auferir rendimentos extras como fazem nossos politicos, resumindo: metem a mão no alheio.
zamperetti fiori
cidadão e,
ex-árbitro de futebol
O que tem de ser feito por parte de todos é parar de tratar o problema na esfera esportiva, e passar a tratar como um problema social, de segurança pública…é inútil a discussão “foi dentro ou fora do estádio; é torcedor organizado ou não”….isso é dar volta em torno do problema…O que precisa ser feito, e não apenas nesse caso, é cumprir-se a lei…..o eterno problema brasileiro da impunibilidade….infelizmente, em minha visão, esse problema está longe, muito longe de ser resolvido…..reforma penal, legislação revista, sistema prisional….muita coisa pra ser consertada…..a partir do momento em que torcedor agressor, violente, criminoso for preso, e ficar preso, as coisas podem começar a mudar……
Vejo sua visão como um pouco utópica paulinho, mas penso que todas as idéias devem ser consideradas neste momento.
Esse promotorzinho não passa de um espertalhão, e que na proxima eleição com certeza será candidato a deputado.
Todo mundo sabe que quase todas as confusões aconteceram a Km de distancia dos estadios, portanto essa historia de torcida unica não resolverá o problema.
Animosidade entre torcidas existe desde que a bola é redonda.
Aqui está-se tratando de uma tragédia ocorrida em um confronto provocado pela inabilidade e pela descoordenação no trabalho da PM paulista.
Trabalho do qual tomou parte o promotor Paulo Castilho, ao determinar o itinerário da torcida do Vasco pela cidade de São Paulo.
Mais surpreendente do que a imperícia da PM paulista foi a intempestiva e incisiva declaração do promotor Paulo Castilho logo após a ocorrência da tragédia, afirmando categoricamente que o acontecimento deplorável teria sido causado por uma “emboscada” armada pelos corinthianos – versão que acabou sendo inapelavelmente desmontada por testemunhos, imagens registradas e, principalmente, pela lógica.
Vale lembrar que o promotor Paulo Castilho incorreu no mesmo pecado, quando da ocorrência do grave tumulto que se registrou no Morumbi, no qual dezenas de corinthianos se feriram após a partida entre seu time e o São Paulo, pela primeira fase do campeonato paulista deste ano.
Há um ditado popular que diz que “um é pouco, dois é bom, três é demais”. Que o promotor Paulo Castilho o tenha em mente, no futuro exercício de sua função pública, é o desejo dos cidadãos paulistas – principalmente, por motivos óbvios, dos torcedores corinthianos.
Não pérde tempo irmão..aqui impera o pré conceito…
a mioria dos posts é so papo furado de quem não vive a real violencia da metropole…
falam tantas besteiras que da vontade de rir…
Os Botas pensam q tds vão na deles e tentam impor suas traquinagens.
Acordem estrelinhas e acordem quem os apoia, chega de Ditaduras e imposições.
zasmperetti fiori
cidadão e,
ex-árbitro de futebol