Estive com o promotor Paulo Castilho em minha audiência com Kia Joorabchian.

Na ocasião trocamos algumas palavras sobre a violência das torcidas organizadas.

Ele defendeu a tese da cota de 5% para o torcedor visitante.

Respondi que, em minha opinião, a solução estava longe de ser a melhor.

“Promotor, basta cumprir a lei. Estádios numerados, sem divisão de torcedores. Será o fim dos grupos de marginais organizados”, foi a minha sugestão.

Paulo Castilho respondeu que havia a necessidade de adequar os estádios, e que isto ainda levaria tempo.

“Se ninguém começar, nada acontece. Afinal, a lei está ai para ser cumprida, não ?”, respondi.

Ainda sobre o assunto, disse ao promotor que, se fosse para manter a atual regra, seria melhor que o sistema de torcida apenas do mandante tivesse acesso ao estádio.

“Promotor, deixar 5% de visitantes irem ao estádio, com 95 % de mandantes pode terminar em um massacre do grupo que estiver em menor número. Lembre-se que está lidando com animais, com todo respeito aos bichos.”.

Parece que estava antevendo a tragédia.

Ao que tudo indica Paulo Castilho adotará a solução de torcida única.

Melhor do que a anterior, mas ainda muito longe de ser a adequada.

Basta cumprir o Estatuto do Torcedor.

Não tenho dúvidas de que as coisas melhorariam, e muito.

Separados, sem a proteção da “turma”, os bandidos organizados transformam-se em ratinhos medrosos.

Com o tempo e a melhora do nível de freqüência, a tendência seria a deste grupo de acéfalos sentir-se deslocado em um ambiente mais saudável e, por conseqüência, aos poucos, irem abandonando os estádios.

Seria um alívio para o torcedor de bem.

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