Da FOLHA DE SÃO PAULO
Por JUCA KFOURI
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O que faz com que quem habita o comando do mundo esportivo seja gente tão mesquinha e corrompida?
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O ESPORTE é das mais belas e importantes manifestações da humanidade. Não faz, é verdade, necessariamente bem à saúde, primordialmente quando praticado em alto nível. “No pain, no gain” (sem dor, sem ganho), dizem os americanos.
Mas o Esporte é tão essencial que, em regra, os jornais têm um caderno dedicado só a ele, como se faz em relação à Cultura, à Economia, à Política. E Esporte, note que estou usando letra maiúscula, é Cultura, é Política e, sobretudo hoje em dia, é Economia. No entanto, o que se vê na superestrutura esportiva, com as exceções de praxe, é gente da pior qualidade, com os piores vícios, e, diga-se, não apenas no Brasil, mas pelo mundo afora. Neste momento, por exemplo, uma delegação do COI visita o Rio, nossa cidade candidata a sediar a Olimpíada-2016.
Os cartolas que recepcionam a comitiva ensaiaram seus discursos, combinaram suas falas, escolheram um feriado, o de 1º de maio, para mostrar a cidade, lustraram suas caras com óleo de peroba e cuidaram de evitar que seus narizes cresçam diante dos estrangeiros. Que, aliás, não vieram aqui saber o que se faz em torno da prática de esportes no país. Nada disso. Eles querem saber do trânsito, da capacidade hoteleira, dos aeroportos, da violência, dos transportes públicos e do meio ambiente. Saberão, então, que até 2016 o metrô desafogará os gargalos dos congestionamentos, que os aeroportos estão em vias de serem adequados ao que há de mais moderno no mundo, que quem tem um Copacabana Palace pode ter muitos mais (e até tem), que a violência é mais sensacionalismo da imprensa do que algo que preocupe porque, afinal, quantas ocorrências houve no Pan- -2007?, e que esta cidade maravilhosamente limpa que estão vendo é a do dia a dia, sem maquiagem, como será a despoluição das lagoas e da baía de Guanabara. Como no Pan, lembra?
E já que não perguntarão nada sobre como vai a atividade esportiva no Brasil, melhor mesmo deixar para lá. Porque até onde temos excelência, como no futebol e no vôlei, o quadro é desalentador. Da CBF não é preciso dizer mais nada, cansado de saber que está o raro leitor quão medíocre é seu desempenho e quão nebuloso o seu passado, presente e futuro. Mas também a CBV deixa muito a desejar, incapaz de fazer do vôlei no Brasil o que é o vôlei do Brasil.
Tanto que um Bradesco cai fora, que um Banco do Brasil não torna público o contrato que tem com a entidade (avaliado em R$ 36 milhões por ano), além daqueles vícios de sempre, a ponto de uma filha do incompetente presidente da confederação de basquete trabalhar lá ou do pai do prefeito do Rio ser seu consultor jurídico, sempre sob o argumento de que se trata de uma entidade privada que não precisa dar satisfação a ninguém, embora beneficiada por dinheiro público não só de estatais como o BB mas também pelas leis de incentivo ao esporte e verbas do aparelhado, pelo raquítico e invertebrado PC do B, Ministério do Esporte.
Coisas nossas, enfim, da nossa incrivelmente triste mediocridade.
Porque seus textos não são sempre assim ???
Desculpe . achei que estava no blog do juca . essa pergunta é pra ele …
Paulinho: O JK de uma maneira até cansativa, demonstra sua insatisfação contra a CBF, COB e estranhavelmente até contra o
PC do B (?) (isso sendo que antigamente se dizia um homem de esquerda) .. Exerce até um exercicio de futorologia, já estabelecendo um futuro negativo. Na minha modesta opinião entendo que é fácil criticar sem oferecer soluções ou nomes. Eu, sendo leigo, acredito que uma Copa do Mundo no Brasil, já confirmada, além de uma hipotética Olimpiada em 2016, trará beneficios enormes aos nosso País em desenvolvimento. Problemas existem. Vamos resolve-los. Imaginar que não podemos fazer um evento porque vão “roubar” me parece um desvario. Nem sabemos quem será o próximo governo e já supormos que será adminstrado por ladrões, me parece loucura. Acredito que temos leis suficientes para coibir desmandos de qualquer espécie. É só se fazer cumprir as leis ou se elas forem insuficientes, reformar a lei. “. “Não podemos vender o sofá porque a mulher o traiu nele”.
O final do artigo é emblemático: “coisas nossas, enfim, de nossa(?) incrivelmente triste mediocridade” Um abraço.