O Palmeiras criou um monstro

A fala de Leila Pereira, presidente do Palmeiras, na última reunião do Conselho Deliberativo, não deixa margem a dúvidas:

“Nosso estatuto prevê a possibilidade de ser alterado. Então, não é golpe.”

“Se o conselho decidir a alteração, não é golpe.”

“Fico feliz que tenham pensado nisso por mim. Eu sou conselheira vitalícia.”

“Essa questão de alternância de poder não acontece no Real Madrid, né? O presidente está lá há 20 anos e ganhando tudo. Isso é sobre competência.”

Leila trata os conselheiros — quando não como fantoches, os seus — com absoluto desprezo pela inteligência alheia, ao separar artificialmente a possibilidade de mudança estatutária, que é legítima, de sua aplicação imediata, o que, por óbvio, caracterizaria um golpe.

Trata-se de mudar as regras do jogo depois de eleita sob a doutrina anterior.

Não bastasse a afronta, Leila ainda acenou com a perpetuidade no cargo, sustentada pela certeza de que seus fiéis bajuladores a acompanharão enquanto os recursos destinados continuarem pingando nas diversas contas assistidas.

Ao burlar a realidade que permitiu a ascensão política antecipada de Leila dentro da agremiação, o Palmeiras criou um monstro que, aos poucos, passa a agir para devorá-lo.

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