Por que Rozallah Santoro é testemunha na ação criminal contra Andres Sanchez e Gavioli?

Chamou a atenção, na denúncia formalizada pelo MP-SP contra o ex-presidente do Corinthians, Andrés Sanchez, e o — até ontem — gerente financeiro Roberto Gavioli, a inclusão de Osmar Stabile e Rozallah Santoro no rol de testemunhas.
Vale lembrar: trata-se de investigação sobre fatos ocorridos entre 2018 e 2020, período em que ambos não ocupavam cargos no clube.
Explicaremos.
A convocação de Stabile é fácil de justificar: ele é o atual presidente da instituição lesada e, apesar de todos os indícios de prática delitiva — não apenas os apontados no PIC —, contratou Gavioli para o estratégico e bem remunerado cargo de gerente financeiro.
Mesmo após o indiciamento, não teve coragem de demiti-lo, limitando-se a afastá-lo temporariamente e sem salário, sob forte pressão — medida que, no futuro, poderá gerar repercussões jurídicas.
E Rozallah?
Não era dirigente na gestão Sanchez e, atualmente, não ocupa cargo oficial em Parque São Jorge.
O natural, portanto, seria a convocação de Emerson Piovesan, chefe formal de Gavioli, ou de Wesley Melo, seu ex-superior hierárquico.

A promotoria, porém, provavelmente sabe que o ex-gerente de Andrés Sanchez chegou à gestão Stabile sob as bênçãos do “príncipe do Centrão” — o impoluto que almeja concorrer à presidência do Corinthians nas próximas eleições.
Parente, não por acaso, do advogado Felipe Santoro — que segue contratado pelo clube —, parceiro de estripulias do agora ex-mandatário indiciado.
Há segredos, muitos, a serem revelados no depoimento que está por vir.
Rozallah, que deu aval à contratação de Gavioli por Stabile, é o mesmo que não pediu demissão da diretoria financeira de Augusto Melo, mesmo quando o caso Vai de Bet — além de outras falcatruas do cartola — já eram públicos e notórios.
No Corinthians, não há amadores — no pior sentido da frase.
