Presidente do Corinthians e seus parceiros são intimados pela policia

Em 28 de maio de 2025, dois dias após o afastamento de Augusto Melo da presidência do Corinthians, uma varredura no almoxarifado do CT de Itaquera encontrou câmeras clandestinas operando sinais para um servidor até então desconhecido.

O Boletim de Ocorrência foi registrado no 24º Distrito Policial.

Há algum tempo, existiam suspeitas de um possível esquema de desvio de materiais fornecidos pela Nike, monitorado por essas câmeras, que serviriam para “controlar” os envolvidos.

Em dezembro de 2023, o Blog do Paulinho revelou detalhes do problema.

Por contrato, o Corinthians tinha direito a utilizar, gratuitamente, até R$ 4 milhões em uniformes fornecidos pela Nike.

O excedente era cobrado à parte.

Desde o início da gestão Augusto Melo, foram gastos R$ 12 milhões — R$ 8 milhões acima da cota contratual.

Os responsáveis pela movimentação desses uniformes seriam:

• Caio do Valle, operador de negócios de Augusto Melo;

• Zeca, gerente de futebol, indicado por Fabinho Soldado;

• Leandro Jorge, vulgo Gordela, membro dos Gaviões da Fiel.

Em gestões anteriores, o valor máximo utilizado foi de R$ 6 milhões.

Até então, o clube dispunha de um sistema integrado de estoque que permitia o controle da destinação dos materiais; com anuência de Augusto, Caio do Valle modificou todo o processo.

A gestão dos uniformes, antes sediada no Parque São Jorge, foi transferida para o CT da Ayrton Senna, sem qualquer integração com a rede interna do clube.

O controle passou a ser feito manualmente, por meio de uma arcaica planilha de Excel — abrindo caminho para desvios, ainda que apenas quanto à finalidade.

Há, no entanto, fortes indícios de comercialização paralela dos produtos.

Estariam sendo furtados os materiais? A polícia investiga.

Foram intimados:

• Augusto Melo

• Marcos Boccatto

• Gordela

• Francisco, auxiliar do almoxarifado (há quem afirme que a central das câmeras estaria na casa do pai do funcionário)

O próximo, segundo informações, seria Zeca.

Apesar das investigações, uniformes do Corinthians, em versões que apenas o clube recebeu, seguem sendo anunciados na internet — o que sugere a continuidade dos esquemas vigentes, mesmo após a deflagração do caso.