Influencer corinthiana é investigada por estelionato, lavagem de dinheiro, associação criminosa e crime contra a economia popular

Recentemente, no contexto dos influencers apoiadores da gestão Augusto Melo, surgiu Vitória Persan, que se apresenta da seguinte maneira no Twitter – criado sob o apelido ‘Hermana’ em junho de 2022 (durante o período eleitoral do Corinthians):

“Penso por mim mesmo; mãe – bacharel em Economia e Direito, atiradora – futebol sul-americano; respeito para ser respeitado”

Não é verdade.

Aliás, são tantas informações irreais que é possível afirmar que a ‘comunicadora’, que completará 29 anos em 25 de novembro, sofre do mesmo mal do Presidente do Corinthians, a mitomania.

A começar pelo nome.

O verdadeiro é Vitoria Cristina Pereira da Silva dos Santos, que, diferentemente do que é contado em rede social, não é bacharel em Direito, nem atiradora.

A influencer reside em Brasília/DF, local em que estudou (não há registro de conclusão) agronomia.

No linkedin, em que Vitória utiliza-se do sobrenome fantasia ‘persan’, além da citação á passagem pela Universidade de Brasília, existe outra, em que diz ter estudado economia pela UNIP.

Na mesma rede social surge, porém, uma meia-verdade.

A influencer apresenta-se como ‘consultora de negócios’ da ‘Liberty Investimentos’; na realidade, era uma das proprietárias; a empresa, segundo reportagens, seria esquema de Pirâmide.

Em 11 de junho de 2024, no âmbito da ‘Operação Madoff’, Vitória acordou com a Polícia Federal em sua porta, ocasião em que foram cumpridos mandados de busca e apreensão.

A Liberty seria empresa de fachada, utilizada num golpe comandado pelo ex-PM Matheus Soares Maia.

Os marginais prometiam 10% de lucro mensal a quem investisse em criptomoedas.

No topo da ‘pirâmide’ estaria a empresa de Vitória, que, sem devolver o dinheiro às vítimas, declarou falência.

Desde então, a influencer seria investigada por estelionato, lavagem de dinheiro, associação criminosa e crime contra a economia popular; em meio à possibilidade de prisão, existem 53 processos que a cercam, a maior parte deles originário de Brasília.

Alguns são pedidos de ressarcimento das pessoas prejudicadas.

Há perfis de internet que a tratam como ‘procurada’.

A Razão Social da ‘Liberty Up’ é ‘Mindverso Assessoria e Tecnologia Ltda’, mas o sobrenome de Vitória no documento surge como Cristina da Silva dos Santos Freitas, omitindo o “Pereira’ e acrescentando o ‘Freitas’.

No twitter, a influencer chegou a publicar suposta reprodução de passaporte argentino, em que o nome fantasia ‘Persan’ era demonstrado.

Tudo indica tratar-se de falsificação ou possível apropriação de identidade de terceira:

A mitomania é tamanha que Vitória, no dia em que a PF esteve em sua casa, twittou reclamando sobre o ano de 2024, atribuindo, porém, a má-fase a um suposto divórcio:

Diante da certeza de que Augusto Melo, nos próximos dias, será afastado do Corinthians, ‘hermana’ passou a trabalhar, como vem acontecendo com os demais influencers do mesmo grupo de atuação, pela candidatura de Rozallah Santoro.

Na última semana, dividiu ‘live’ com ‘Reis’, do canal ‘Tapa na Orelha’:

Mas até para apoiar, Vitória se enrolou na mentira.

Disse que VOTOU em Augusto Melo e que VOTARÁ em Rozallah, porém, nunca foi sócia do Corinthians; ao dizer que estava apta a fazê-lo, foi desmascarada pela jornalista Larissa Beppler.

Ao tentar consertar, contou nova lorota, afirmando que estava apta por ser associada do Fiel Torcedor – que não tem direito a participar das eleições.

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‘Hermana’ afirmou também frequentar jogos do Corinthians comprando ingressos de cambistas, o que é pouco provável diante da generosidade de Augusto Melo com os influencers que controla.

O caso Vitória ‘Persan’, com suas mentiras e ocultações, assim como os ‘Macedos’ da vida, exemplificam bem o submundo dos influencers e a facilidade encontrada para enganar os trouxas que os seguem.