É inequívoca, diante da quase ausência de reclamações, a competência da USP na checagem das mais de 1 milhão de assinaturas inseridas na ‘Carta às brasileiras e aos brasileiros’.

Por óbvio, conforme demonstrado logo no primeiro dia após a postagem, ataques de bandidos cibernéticos e tentativas de fraudes ocorrem diariamente.

Assim que diagnosticadas, são resolvidas.

Ontem, o ex-presidente da FIESP, Paulo Skaf, reclamou à imprensa a presença de seu nome no documento.

Disse que não assinou, fazendo questão, enfatize-se, de colocar em dúvida as demais adesões.

Os organizadores, por óbvio, retiraram o nome de Skaf da lista.

Descobrimos, em investigações preliminares – a serem confirmadas pela Polícia -, que a tentativa de fraude surgiu em Belo Horizonte/MG, provavelmente em computador utilizado na sede do Grêmio Mineiro de Esportes, pequeno clube filiado à Federação Mineira de Futebol, presidido por Ronaldo Adelino de Almeida.

Almeida (67 anos), coincidentemente, esteve envolvido em polêmica de assinatura controversa em eleições da FMF.

O que levaria alguém, em região na qual Skaf é quase desconhecido, a se preocupar em descobrir o CPF correto do ex-presidente da FIESP e utilizá-lo em tentativa de desqualificar o mais relevante documento brasileiro dos anos recentes?

Elementar.

Os órgãos de investigação tentarão descobrir não apenas a identidade do espertalhão, mas também (desconfiança deste blog) a possibilidade de consentimentos ou orientações de gente graúda para o procedimento.


Skaf e o mundo do futebol

Paulo Skaf é próximo do complicado empresário italiano Fabrizio Bevilacqua, que, desde 30 de novembro de 2015, assina como proprietário da empresa “Netcorp Business Sports e Participações Ltda”, ao lado de “NC Holding Empreendimentos e Participações” (que revela capital social de R$ 15,5 milhões e tem como controladoras duas empresas em Roma/ITA), ambas localizadas na Alameda Ministro Rocha Azevedo nº 456.

Entre os atletas agenciados pela Netcorp estão:

  • Eduardo de Biasi (Cruzeiro);
  • Marquinhos (Atlético/MG);

Coincidentemente, no mesmo endereço, Paulo Skaf, seu filho, Gabriel Skaf e Bevilacqua, mantém sociedade na “BR MAR Desenvolvimento Empresarial Ltda”, uma “Holding” de consultoria e negócios imobiliários.

Skaf oculta-se no contrato social por intermédio da “Solution Desenvolvimento Empresarial Ltda”, no qual consta como proprietário ao lado do filho Gabriel, aberta em 01 de abril de 2015, meses antes da empresa de negociação de atletas se instalar, oficialmente, no local.

Boa parte dos recursos de Skaf, segundo fontes, seriam administrados por Bevilacqua, que, recentemente, firmou parceria com o Avaí, conhecida “barriga de aluguel” de empresários suspeitos, entre os quais o Ângelo Canuto, o “Padrinho”, preso, pela Polícia Federal, por tráfico internacional de entorpecentes.

Na Itália, a fama de Bevilacqua também não é da melhores, acusado de beneficiar grupos empresariais que tentam ocultar recursos em transações de futebol.

Gabriel Skaf apareceu, recentemente, listado na investigação denominada “Panamá Papers”, como ex-proprietário da “Sunrise Management Finance Ltd”, offshore sediada nas Ilhas Virgens Britânicas.

Além do “pato” da FIESP e do “impostômetro”, Paulo Skaf pode ter encontrado, talvez, outras maneiras de se contrapor ao pagamento de impostos no Brasil.

Gabriel Skaf e Fabrizio Bevilacqua

NETCORP BUSINESS

BR MAR

SOLUTION DESENVOLVIMENTO

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