O civilizado dono deste Blog do Paulinho, corinthiano desde que se conhece por gente, não se importa com o fato de torcedor do clube utilizar, eventualmente, camisa verde num estádio de futebol.

Muito provavelmente, sou minoria.

Mas é absolutamente compreensível a revolta de alguns, dentro do contexto histórico da cultura alvinegra, quando um jogador entra em campo com chuteiras da cor de seu maior rival esportivo.

Existe sim, aí, um simbolismo.

Durante a partida entre Corinthians e Bahia, quando o atacante Jô utilizou-se de calçado verde, quase fosforescente, o presidente Duílio ‘do Bingo’ recebeu ligações e mensagens, de torcedores e conselheiros, solicitando providências, ou seja, que ordenasse a troca do artefato ao atleta.

Tivemos acesso a algumas delas.

Passados os primeiros 45 minutos, o time foi aos vestiários e nada aconteceu.

A omissão estava caracterizada.

Diante da óbvia repercussão negativa, menos de 24 horas após um protesto de torcedores às portas do Parque São Jorge exigindo a expulsão de dirigentes, o covarde mandatário do clube, jogando toda a responsabilidade do ato apenas no atleta, publicou ‘Nota Oficial’ no site do Corinthians dizendo que repreendeu o ‘infrator’ e ainda aplicou-lhe uma multa.

É mentira.

Soubemos, nada será descontado.

Em nenhum momento da Nota observa-se reprimenda aos verdadeiros culpados do episódio, aqueles que, por exercerem poder sobre Jô – pelo fato de ocuparem posições superiores de hierarquia – poderiam ter impedido a utilização da chuteira: o diretor de futebol Roberto Andrade, o gerente Alessandro e o treinador Sylvinho, além do próprio Duílio, é claro.

Todos conhecem a cultura da torcida do Corinthians em relação a esse assunto.

Omitiram-se antes da partida, quando poderiam ter proibido o comportamento; durante, ao já saberem da repercussão; e após, escondendo-se na covardia do descrito ato presidencial.

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