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Em meio às investigações de PF e MPF, que objetivam mapear o destino de possíveis pagamentos de propinas a cartolas do Corinthians por conta da construção do estádio de Itaquera, surgem novas informações que podem indicar, talvez, não apenas a maneira como os recursos teriam sido ‘lavados’, como também o destino final, em contas abertas nos EUA.
Apesar do Arena Fundo FII ser, oficialmente, gestor da ‘casa alvinegra’, é a BRL Trust, responsável pelo fundo, e, principalmente, dois de seus proprietários, Rodrigo Boccanera Gomes e Maurício da Costa Ribeiro, que dão as cartas no negócio.
Ambos estreitamente ligados à Odebrecht.
A BRL entrou na vida do Timão indicada por Luis Paulo Rosenberg, notório parceiro de Andres Sanches, cartola que comanda o Corinthians há mais de 14 anos.
O Arena Fundo tem como cotistas, além do Corinthians – que é minoritário, a OPI (Odebrecht) e a Arena Itaquera S/A, que, de 2014 até 2019, teve como gestores Rodrigo Boccanera e Mauricio Ribeiro (donos da BRL).
Ambos foram substituídos (no papel), em 2019, por José Eduardo de Souza Quintella, que é diretor de infraestrutura da Odebrecht, e Antonio Luis Gomes dos Reis Sampaio, advogado, ex-integrante do Conselho de Administração do banco BVA, justamente no período em que a diretoria foi acusada de diversas irregularidades cometidas em conjunto com a Asset Management, num golpe que gerou rombo de R$ 8 bilhões a Fundos de Pensões.
Fundada em 2011, a BRL Trust, antes de ingressar na gestão do Arena Fundo FII, possuía capital social de apenas R$ 500 mil; hoje, o número atinge R$ 2 milhões.
Apesar disso, de maneira suspeita, a empresa adquiriu, em 04 de setembro de 2014, poucos meses após a inauguração do estádio de Itaquera, um imóvel situado à Avenida Paulista nº 854, avaliado em R$ 144 milhões, declarando ter pagado, à vista, R$ 60.496.001,78.
É o prédio do TOP Center.
Na mesma data, pelo mesmo valor, a BRL ‘vendeu’ o imóvel à Securis Administradora e Incorporadora Ltda, de propriedade do empresário Alessandro Poli Veronezi, dono do Shopping Santana, indiciado, em 2018, por corrupção, em esquema com a Máfia dos Fiscais:
Apenas duas semanas depois, no dia 18 de setembro de 2014, a empresa repassou o prédio para a ‘Paulis Shopping Administradora e Incorporadora Ltda’, que era investidora do Fundo ‘Top Center’, à época administrado pela BRL Trust, por oficiais R$ 144.455.000,00.
Ou seja, até então (em 2014) com apenas R$ 500 mil de capital social, a BRL conseguiu levantar R$ 60,4 milhões, que, em apenas 14 dias transformaram-se, com ajuda de intermediário, em R$ 144,4 milhões.
Lucro espantoso de R$ 84 milhões, restando saber se financeiro ou apenas contábil.
Outra dúvida: qual seria a origem do dinheiro utilizado pela BRL Trust na primeira transação que mais parece ‘jogo casado’ com as demais?
O estádio do Corinthians, inaugurado na mesma época, custou, oficialmente (sem os juros), quase R$ 1 bilhão e é investigado sob suspeita de sobrepreço para pagamento de vantagens indevidas a dirigentes do clube.
Nesse período, as finanças da Arena já eram administradas pela citada gestora de Fundos.
Curiosamente, a responsável por auditar as contas da BRL Trust é a BDO/RCS, de propriedade do contador Raul Corrêa da Silva, ex-diretor de finanças do Corinthians, que, na mesma época, assinou contratos de prestação de serviços com a ODEBRECHT – que se mantém ativos até dos dias atuais.
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Pouco tempo depois, assim como ocorreu com os principais cartolas do Corinthians, entre os quais o atual presidente, tanto a BRL Trust quando seus sócios, Boccanera e Ribeiro, constituíram empresas nos EUA.
No caso de Duílio ‘do Bingo’, também no Panamá, apesar dele, e seus familiares – na condição de sócios, deverem dezenas de milhões de reais em Impostos, ações trabalhistas, cíveis e estarem, todos, com bens e contas bloqueados no Brasil.
Tentamos contato com a BRL TRust e os demais citados na matéria, mas não obtivemos resposta.
Andres Sanches recusa-se a falar, há anos, com o Blog do Paulinho.
Os órgãos que investigam a movimentação financeira do estádio de Itaquera serão, nos próximos dias, cientificados dos fatos novos, que, talvez, possam esclarecer, ou não, dúvidas ainda pendentes dos Inquéritos.
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Empresas constituídas pela BRL TRust e seus sócios – ligados ao Arena Fundo FII (gestor do estádio de Itaquera), na Flórida/EUA
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