De O GLOBO
Por MARCELO RUBENS PAIVA
Existe a suspeita de que o presidente esteja contaminado pelo novo Coronavírus. Todos negam.
São muitos indícios: a contaminação revelada do seu ciclo íntimo (incluindo seguranças) que o acompanhou à Flórida, comeu no mesmo bufê, do mesmo resort, e se apertou num avião.
Porém, Jair Messias quer passar a imagem de super-humano: sobreviveu a uma facada, uma “gripezinha” não iria derrubá-lo.
O sobrevivente de um atentado, se contaminado, seria pego pela doença cujo poder de letalidade ele nega.
Seria responsabilizado, já que passaria a imagem de que ele e sua equipe foram alguns dos que trouxeram a doença para o país.
Pior, que espalhou pelos assessores e eleitores, com quem teve contato direto.
Seria uma derrota diante da ciência, que ele desqualifica.
Teria que abaixar a cabeça, escutar, ler relatórios e ouvir cientistas, tudo o que ele detesta.
Seria dar importância a universidades e institutos de que ele tira verbas, confiar em livros extensos, ver experiências praticadas em países adversários, como a China, assumir o desmonte do seu sistema de saúde pública e a incapacidade de gerar crises.
Seria uma derrota diante da imprensa alarmista, que ele desqualifica.
Seria dar espaço e poderes a governadores.
Para Jair Messias, se estiver mesmo doente, melhor continuar negando, escondendo laudos dos seus médicos militares.
Jamais se afastar do poder, a que ele se agarra com ameaças e protegido pelas Forças Armadas.
Bolsonaro, se estiver doente, negará sempre.
Se não estiver, de fato é um sobrevivente.
E daqui a uns anos, a verdade será revelada.
Esse presidente é muito triste. Ele é nulo. Irresponsável. Não sabe o que faz. Não sabe o que fala. Os governadores estão botando a mão na massa e ele critica. Bolsonaro deveria tomar vergonha na cara.