O presidente do Corinthians, Andres Sanches, em meio ao turbulento clima eleitoral alvinegro, agravado pela má performance do futebol e pela possibilidade de reprovação de contas de sua gestão, mantem-se em dúvida sobre quem apoiar no pleito que está por vir.

Duas são as opções, até o momento, de candidaturas da chapa ‘Renovação e Transparência’.

A mais comentada, do diretor de futebol Duílio ‘do Bingo’ Monteiro Alves, não é a dos sonhos do cartola, mas evitaria uma cisão com parte de seus seguidores.

Por desejo pessoal, o apoio de Sanches seria de André Negão, que, desde algum tempo, realiza campanha à vereador de São Paulo.

Comenta-se, a boca pequena, que uma vitória do ‘ex-contraventor’ nas eleições municipais fortaleceria-o para, no mês subsequente, de maneira não tão surpreendente, ser confirmado na disputa à presidência alvinegra, com a necessidade, porém, de negociar contrapartidas aos apoiadores de Duílio.

Outra possibilidade, ainda que improvável, é a de Sanches não lançar candidato e avalizar nomes que, apesar da mudança de discurso, sempre estiveram a ele ligados na recentes gestões alvinegras.

Nesse balaio, os mais comentados são o empresário Paulo Garcia e o delegado Mario Gobbi.

Com a adesão à campanha do dono da Kalunga, Sanches conseguiria manter a notória parceria comercial com o agente Fernando, mas poderia perder controle sobre o restante do clube.

Ambos, por negócios e política, se toleram, mas desconfiam.

Gobbi passou a ser opção pelo fato de seus principiais apoiadores possuírem profunda ligações com a gestão Sanches, além de interesses semelhantes, principalmente no que diz respeito a gestão do futebol.

O fato do delegado praguejar com o presidente alvinegro pelos cantos, mas, aparentemente, não ter coragem de fazê-lo publicamente, gera suspeitas.

Há quem diga que o silêncio para a mídia se dá, justamente, pela possibilidade de reaproximação política.

Do grupo de Gobbi, certamente, o mais entusiasta à ideia seria o ex-diretor de finanças Raul Corrêa da Silva, que, até 2018, apesar de fora do cargo, contribuiu para a confecção das controversas contas do clube.

Paralelamente a isso, o delegado tenta vender-se como opositor, reunindo-se com caciques antes tratados por ele como adversários, quando não inimigos.

O que virar, virou.

Diante desse quadro de mesmice, até o momento, somente Augusto Mello – que também foi dirigente nas recentes gestões – parece não aparecer na lista de possíveis escolhas de Andres Sanches.

Porém, o candidato, apesar de realizar campanha nitidamente endinheirada, gerando discussões sobre a origem de seus apoiadores, segue com a estratégia de discursar apenas a eleitores ‘caseiros’, frequentadores do Parque São Jorge, sendo praticamente desconhecido da imprensa e da grande maioria dos torcedores corinthianos.

Se não mudar, é carta fora do baralho.

Até o presente momento, o Corinthians não possui um candidato sem ligações, ainda que passadas, com Andres Sanches.

O que evidencia a possibilidade, inclusive entre os que alardeiam mudanças, da manutenção de velhos hábitos.

Todos, enquanto ocupantes de cargos em gestões passadas (no caso de Paulo Garcia, controlador de dirigentes), frequentaram a ‘cantina’ de Sanches, engoliram a seco e não reclamaram da comida (no exato momento da garfada).

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