Em 2008, o Cruzeiro vendeu o jogador Charles ao Lokomotiv Moscou/Rússia, por 5 milhões de Euros (R$ 22,4 milhões na cotação atual).

O negócio foi intermediado pelo ex-agente Fred, da Ability, parceiro comercial do malfeitor Zezé Perrela, à época presidente do clube, e de seu sobrinho Fabiano de Oliveira Costa, ex-diretor jurídico.

60% dos direitos de Charles pertenciam ao Cruzeiro, 20% eram da Ability e outros 20% da Ranking, sediada no Rio de Janeiro.

Pouco antes da transação ser efetivada, a equipe mineira comprou os 40% que não detinha do jogador, porém a transferência foi efetivada pelo carioca “Vila Rio Esporte Clube”, equipe de “fachada” da Ability.

Em exemplo, até dos dias atuais, o jogador Dedé é mantido neste “cativeiro” (Vila Rio).

Anos após, a fraude está sendo investigada.

Vendido ao Lokomotiv, Charles não poderia ter sido comprado junto ao Vila Rio, pelo simples fato dele nunca ter sido sequer inscrito pelo clube.

A CBF será acionada pela Justiça, nos próximos dias, para comprovar a falta de registro.

O processo, movido por uma das partes lesadas no acordo, tramita na 6ª Vara Civil do Rio de Janeiro, sob o julgo da Dra. Flavia de Almeida Viveiro de Castro

Na tentativa, aparente, de enganar a magistrada, o Cruzeiro, por ordem do diretor de futebol Itair Machado, decidiu “proteger” Perrela, enviando, em 2018, através da advogada Yasmin Barbosa Moraes Hermógenes e do diretor de finanças, José Ramos de Araujo, defesa contendo diversas inverdades sobre o negócio.

O clube reafirmou, na ação, ter pagado 2 milhões de euros (R$ 9 milhões) ao Vila Rio, time de fachada dos sócios de Perrela.

Não conseguiu, porém, indicar documentos que comprovassem, a contento, tanto a operação financeira, quanto os trâmites burocráticos de transferência (por conta da falta de registro do atleta na CBF).

Pior, disse, em petição, ter anexado contrato de compra de Charles junto ao Vila Rio, sem que este conste dos autos.

Solicitado a enviar cópia do documento, o clube não o fez, o que pode configurar má-fé (ao afirmar ter anexado-o, sem fazê-lo), com a consequente instauração de inquérito por fraude processual.

Se o contrato aparecer, o Cruzeiro também terá problemas, por tê-lo firmado em suposta fraude, por conta do jogador jamais ter jogado, nem ter sido registrado, pela agremiação apontada como vendedora.


Documento da CBF comprovando a inexistência da Vila Rio no negócio e a venda direta do Cruzeiro para o Lokomotiv:

Em 2014, Cruzeiro confirma à Justiça ter comprado 40% de Charles junto ao Vila Rio, clube de fachada da Ability

Março de 2018. Justiça ordena que Cruzeiro mostre todos os contratos do negócio envolvendo o jogador Charles

Contrato entre Cruzeiro e Lokomotiv

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