Por JOSÉ RENATO SATIRO SANTIAGO

O maior parceiro de Pelé.

É pouco?

Não, certamente não.

Ser o companheiro do maior de todos os tempos é muito.

Mas…é injusto.

Ele foi muito mais que isso.

Coutinho foi um dos maiores centroavantes da história do futebol mundial.

Estreou no Santos com apenas 14 anos, para substituir o fenomenal Pagão.

Sua participação foi decisiva durante o auge da equipe santista.

Marcava gol de todo o jeito.

A ponto de ser confundido com o seu parceiro maior.

Segundo algumas lendas, o próprio Coutinho resolveu colocar uma fita branca no pulso para que as pessoas passassem a diferenciá-lo do Rei.

Certamente lenda… mas a história assim contada é mais legal.

Certa vez, chegou a comentar que o esparadrapo era usado devido a uma contusão.

Quando, juntamente com Pelé, resolvia avançar sobre a defesa adversária, era pura covardia.

O seu ponto forte, no entanto, acontecia na pequena área.

Coutinho dominava a bola com uma tranquilidade dentro da área, como ninguém.

Contra ele, havia uma questão que acabou por abreviar sua carreira, a tendência a engordar.

Ainda assim em 1962, só não foi titular da seleção na Copa do Mundo porque se machucou.

Cerca de 8 anos depois, as vésperas da Copa do Mundo de 1970 e já aposentado dos campos, um convite inusitado.

Temeroso quanto as reais condições físicas de Tostão, que tinha sofrido uma grave contusão na vista, João Saldanha, técnico do selecionado, foi ao seu encontro.

Propôs que Coutinho entrasse em forma, pois gostaria de contar com ele como uma opção naquele selecionado.

Segundo palavras do próprio Coutinho, ele preferiu continuar a beber cerveja com os amigos.

Não queria mais voltar aos campos de grama, apenas o bate bola na areia o interessava.

Coutinho era assim, mas muito mais do que poderíamos pensar sobre um centroavante.


*TEXTO PUBLICADO, ORIGINALMENTE, NO ANIVERSÁRIO DE SETENTA ANOS DE COUTINHO

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