Desde o reinado de João Havelange, na CBD, a cúpula do futebol brasileiro entendeu a necessidade da criação de um departamento informal de comunicação, formado por jornalistas dos principais veículos, com objetivo de minimizar a repercussão de problemas ou dar espaço, sem oposição, às versões que os dirigentes queriam propor sobre os fatos.

Porém, se antes as tratativas eram quase pontuais, o sistema de imprensa profissionalizou-se com a chegada ao poder de Ricardo Teixeira e sua consequente sociedade com J.Hawilla, que não media esforços para cooptar àqueles que, por ter atuado na mídia, já sabia serem suscetíveis aos agrados.

A CBF tinha no bolso agora não mais um ou outro profissional que, por matéria, recebia vantagens, mas quase funcionários, mensalistas, gente que, em troca da ajuda, recebia dela os principais furos da Seleção Brasileira.

Este relacionamento alçou ao estrelato jornalistas tratados como excepcionais, mas que, em verdade, trabalhavam para o sistema.

Não se sabe, ainda, embora seja bem provável, se as delações que estão acontecendo na Justiça Americana revelarão detalhes desta relação promíscua, que, intermediada por Hawilla, favoreceu Ricardo Teixeira e seus sucessores por tanto tempo, mas é certo que, somente a expectativa de que ela possa vir a ocorrer tem tirado o sono de muitos profissionais de mídia, alguns até antecipando-se em defesa prévia em recentes colunas.

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