É compreensível, apesar de constrangedor, que Tite tenha aceitado o cargo de treinador da Seleção Brasileira, após a colocação de sua assinatura no manifesto pela queda de quem acaba de contratá-lo.
O sonho superou a indignação documentada e a possibilidade de fazer história, servindo de exemplo com a recusa.
Assim como ocorreu no Corinthians, o treinador trabalhará para entidade comandada, há anos, por bandidos, sob argumento de que suas atribuições não ultrapassarão os limites das quatro linhas, sem importar-se, no exercício do ofício, com o que ocorre nos bastidores.
Porém, ao indicar, aliás, mais do que isso, exigir a presença do ex-gerente de futebol do Timão, Edu Gaspar, no cargo de Coordenador de Seleções da Casa Bandida, Tite cometeu raro, e gravíssimo, erro em sua carreira.
Não há desculpa plausível para tal.
Gaspar é objeto, ativo e passivo, de todos os desvios de conduta que ocorreram no departamento de futebol do Corinthians nos últimos anos.
Todos !
E não foram poucos.
É evidente que, apesar de não ter participado dos “negócios”, Tite sabe pelas mãos e bolsos de quem e em que termos aconteceram.
Há ainda o risco do ex-dirigente alvinegro, empresário de futebol que é, assim como foi o antecessor Gilmar Rinaldi (o), em hipótese, após tomar ciência de nomes convocáveis pelo treinador, vender a ilusão de que possui ingerência na chamada de jogadores, lucrando , no obscuro, com a desejo de vitrine doutros profisisonais.
Ou seja, vender Tite sem que o treinador se de conta da comercialização.
Uma coisa é trabalhar com gente do submundo esportivo por obrigação outra é trazê-los para perto de si em opção.
Tite começa mal na Seleção e poderá pagar o preço, no futuro, de sua primeira e equivocada “convocação”.