Donato Votta, Doni (Bob Cuspe), André Negão e Edu dos Gaviões (Gaguinho)
Donato Votta, Doni (Bob Cuspe), André Negão e Edu dos Gaviões (Gaguinho)

Em esclarecedora entrevista, concedida ao repórter Dassler Marques, do UOL, o empresário americano Helmut Niki Apaza chutou o balde, confirmando não apenas ter sido enganado pelo dirigente Fabio Barrozo e pelo conselheiro Mané da Carne, mas que as práticas denunciadas acontecem com frequência no Parque São Jorge.

“Isso que aconteceu comigo já tem acontecido há muito tempo no Corinthians. A diferença é que eu decidi não ficar calado”.

“O dinheiro eu dei para o Fábio e Fábio me falou que ia dar para o Mané. Fábio está mentindo. Todo o pagamento foi feito a Fabio. Todo”.

Dois outros fatos, contados pelo empresário, merecem destaque.

Primeiro a tentativa de intimidação por parte de Mané, que, com toda sua dificuldade intelectual, não percebeu que, ao fazê-la, assinava um verdadeiro atestado de participação na negociata:

“Recebi uma mensagem do Mané que fala que eu não posso provar nada referente ao dinheiro que foi recebido por eles. Por que uma pessoa que fala que não recebeu se preocupa que eu não vou poder dar provas? A pessoa inocente falaria que eu nunca dei esse dinheiro”.

“Paguei pela carta e também paguei pelo Alyson. São duas coisas separadas. É mentira que paguei as viagens em troca da carta. Eu tenho testemunhas que me viram dar dinheiro a eles.”

Depois o cuidado para evidenciar que o diretor de futebol, Eduardo “gaguinho” Ferreira, apesar de não receber dinheiro diretamente do empresário, é absolutamente próximo dos que delinquiram:

“Não sei qual a participação do Edu Ferreira. Sei que ele é muito amigo de todos os envolvidos. Mas não paguei nada para ele”.

Quem acredita que somente Edu, que executou a operação mais relevante de todo o esquema (assinar as autorizações com papel timbrado do clube), seria o único a não receber vantagens pela atitude ?

Ou que o ex-presidente Andres Sanches, que controla todos os nomes envolvidos com mão de ferro, nada sabia ou receberia no negócio ?

Por que o presidente do Corinthians, Roberto “da Nova” Andrade, não puniu os nomes delatados, nem quem assinou a carta de referência a um funcionário dispensado por corrupção ?

É para elucidar essa questões, e motivar novos desabafos de empresários lesados pela quadrilha de dirigentes alvinegros (o agente americano deixou claro que esse tipo de ação criminosa acontece há tempos no Parque São Jorge), que faz-se necessária a motivação do Ministério Público, além de investigação interna, com afastamento imediato dos citados, evitando novos prejuízos financeiros e de imagem ao Corinthians.

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