Nenhum país do mundo teve tantos pedidos de retiradas de conteúdo na internet quanto o Brasil, nos últimos anos.

É o resultado, sabe-se lá por quais motivos, ainda abafado na grande mídia, de uma política ditatorial da informação instaurada no Brasil, e que vem sendo aplicada sistematicamente em nossos tribunais, à margem do que prega a Constituição.

Diversos setores independentes de comunicação, inclusive este espaço, já foram vítimas de Tribunais que andam lado a lado com aqueles que temem a divulgação de notícias, comentários e até charges contrarias ao pensamento de alguns grupos.

Ontem a vítima foi o diretor-geral do Google no Brasil, responsável pelo site “youtube”, plataforma utilizada por diversos internautas para expressar a tão propagada, e cada vez mais inexistente, liberdade de expressão.

Preso por se recusar a cumprir decisão judicial que contraria a Constituição brasileira, além de arbitrária na essência, como se a maquina de escrever fosse responsável pelo conteúdo de um escritor.

Todos os órgãos que representam poder no Brasil temem, na verdade, a falta de controle sobre jornalistas e a população, não pertencentes à grande mídia, esta sim, sempre sob controle, que possam dizer verdades sobre seus desmandos, sempre ocultados nas últimas décadas.

E, para isso, agem com mais virilidade, porém nas sombras, do que os ditadores de períodos tão criticados de um passado não tão distante.

Razão pela qual não podemos assistir calados ao cerceamento de nossos direitos, sob pena, daqui a alguns anos, de amordaçarmos a nós mesmos, induzidos pela cultura da punição à liberdade de expressão e pensamento, única maneira prática de confrontar os desmandos do poder.

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