Por ALBERTO HELENA JR.

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Foi um daqueles jogos que nos reconciliam com o futebol, esse tão vilipendiado futebol brasileiro pelos pragmáticos de plantão. Prova cabal de que competitividade pode e deve conviver no mesmo nível com a técnica e a habilidade.

Flamengo e Grêmio irrigaram o gramado do Maracanã com sangue e suor, sem contudo, perder o senso do jogo. Ou seja: jogar bola. E como jogaram!

No primeiro tempo, o Flamengo foi superior e chegou ao seu gol num tiro longo de Juan que Vítor, numa das raras falhas do goleiro-sensação do campeonato, rebateu para Max matar e concluir ás redes tricolores.

Basicamente, a superioridade rubro-negra era fruto de uma simples operação aritmética: como o Grêmio jogava com três zagueiros, faltava um no meio de campo para combater os quatro do Flamengo no setor. Mais precisamente – cinco, pois Marcelinho Paraíba, em noite inspirada, recuava para organizar as jogadas junto com seus companheiros.

Celso Roth, no intervalo, remediou a situação, com a entrada de Makelelê na ala-direita, passando Souza para o meio. Souza, então, ao lado de Tcheco e de Rafael Carioca, assentou o passe do Grêmio, que, aos poucos foi assumindo o controle da bola e dos espaços.

Mas, ainda faltava alguém lá no front, onde restou apenas Marcel, com a saída de Perea para a entrada de Makelelê, o que Roth corrigiu trocando o zagueiro Jean pelo atacante Reinaldo. E, no exato instante em que Caio Jr. decidia reequilibrar as coisas, com a escalação de Jônatas, Souza acertou aquela bomba magistral: 1 a 1.

Bem, a partir daí, o jogo entrou em delírio, lá e cá, até que Toró empurrasse para as redes trama armada e concluída por Marcelinho Paraíba, um dos dois nomes dessa noite iluminada pela entrega e talento das duas equipes. O outro foi, sem dúvida, Souza. Além dos dois técnicos, que passaram o segundo tempo jogando um xadrez imaginário à beira do gramado.

Obrigado a todos os envolvidos, vencedores e perdedores.

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