Conselheiros do Corinthians lutam pela manutenção dos privilégios

Após dois anos de debates, a elaboração de um anteprojeto e o protocolo de diversas emendas, o Conselho Deliberativo do Corinthians decidiu, por unanimidade, que o assunto precisa ser discutido ao menos mais dez vezes.

Esse é o número de reuniões já agendadas, com término previsto — se não houver novos adiamentos — para fevereiro de 2026.

Fala-se em votação do texto no mesmo mês, com posterior ratificação, ou não, pela Assembleia Geral, em março.

O que for aprovado valerá para as próximas eleições.

Este é o resumo da ópera bufa.

A realidade por trás dos atrasos — ampliados por erros no anteprojeto que poderiam ser corrigidos em uma única reunião — é simples: ganhar tempo para manter privilégios.

Ao sair do encontro, alguns conselheiros discursaram em defesa do voto do Fiel Torcedor; na prática, quase todos são contra e trabalharão para inviabilizar a proposta.

No limite, levarão o tema à votação apenas para, amparados pelo voto secreto, rejeitá-lo.

Somente o escrutínio aberto poderia, diante da conhecida covardia de boa parte dos conselheiros, alterar esse cenário.

SAF? Nem pensar.

Proibir conselheiros de intermediar negócios ou de empregar parentes no clube provoca calafrios em muitos deles.

A única forma de haver possibilidade real de mudanças relevantes no Estatuto é a publicidade: reuniões transmitidas ao vivo e voto aberto no dia da decisão.

Resta saber se Osmar Stabile, comandado por Paulo Garcia, terá coragem de — pelo Corinthians — morder a mão do dono.

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