Corinthians, CAIXA e a quitação do estádio de Itaquera

Em sua coluna na Folha, Juca Kfouri revelou que o Corinthians negocia com a Caixa Econômica Federal os naming rights da Arena de Itaquera, com possibilidade, inclusive, de patrocínio na camisa.
Caso o acordo seja concretizado, a operação quitariam a dívida do financiamento que há anos assombra o clube – de longe, a melhor solução já apresentada para o problema.
Melhor, inclusive, do que campanhas de “vaquinha” entre torcedores.
Do ponto de vista do interesse público, há quem questione a manobra.
No entanto, como bem ressalta Juca, a Caixa concorre no mercado com bancos privados, o que torna o patrocínio juridicamente defensável.
Do ponto de vista do Corinthians, a negociação deve ser estimulada.
Com um passivo de cerca de R$ 700 milhões a menos no horizonte, o clube ainda veria crescer sua arrecadação líquida, já que 100% da receita gerada na Arena passaria a entrar diretamente em seu caixa.
Mas esse alívio só terá impacto real se vier acompanhado de responsabilidade administrativa.
Stabile precisará demonstrar coragem para cortar despesas em departamentos que servem apenas como moeda de troca política.
Sem esses cortes, de nada adiantará.
O Corinthians terá uma dívida – relevante – a menos para se preocupar, mas os focos de perda de dinheiro persistirão, gradativamente, reenviando o Timão ao caos financeiro.

Alguém disse, um dia, que esse estádio nunca seria pago… não acreditei, por óbvio. Eu estava errado. Sendo um banco ou não, essa negociata premia o delinquente às custas do povo brasileiro, real dono da CEF. Uma pena!