Da cadeirada ao soco na cara, debates expõem efeito Marçal na eleição de SP

De O GLOBO
Por BERNARDO MELLO FRANCO
Agressividade de candidato do PRTB plantou clima de violência na disputa pela prefeitura
A agressividade de Pablo Marçal avacalhou a campanha e plantou um clima de violência inédito nas eleições de São Paulo.
Sem tempo na propaganda de rádio e TV, o candidato do PRTB apostou no conflito para chamar a atenção da imprensa e dos eleitores.
Deu certo. Desde o debate da Band, quando insultou adversários e gritou com a plateia, ele se impôs como o principal assunto da disputa.
Com milhões de seguidores nas redes sociais, Marçal levou para a arena política as armas que o notabilizaram na internet. Suas baixarias geraram cliques, dominaram as conversas e arrastaram os outros candidatos para uma competição na lama.
O método de Marçal já não é novidade para ninguém. O coach ignora as regras dos debates, distribui ofensas e enfileira acusações sem provas. Tudo para tirar os oponentes do sério e produzir vídeos curtos que viralizam nas redes.
No debate do Estadão, Guilherme Boulos (PSOL) caiu na provocação de Marçal e se deixou filmar dando um tapa numa carteira de trabalho. Na TV Cultura, foi a vez de José Luiz Datena (PSDB), que perdeu a cabeça e acertou o rival com uma cadeirada.
O episódio parecia ser o ponto mais baixo da campanha em São Paulo. Não é mais. Na noite desta segunda, o debate promovido pelo podcast Flow terminou em pancadaria.
Marçal cavou a própria expulsão no último bloco do debate, após ser advertido três vezes pelo mediador Carlos Tramontina. Em seguida, seu videomaker Nahuel Medina deu um soco no rosto do marqueteiro Duda Lima, que coordena a campanha de Ricardo Nunes (MDB).
O tumulto fez o debate terminar na delegacia e no pronto-socorro de um hospital. Mais uma prova de que Marçal conseguiu achincalhar a eleição na maior cidade do país.
