Erros de Glenn que comprometeram a matéria sobre Alexandre de Moraes

Glenn Edward Greenwald, jornalista americano, já era consagrado na profissão quando entrou para a história brasileira com as reveladores reportagens, publicadas no ‘The Intercept Brasil’, que desnudaram o conluio de promotores e juízes federais, ligados à Operação ‘Lava-Jato’, contra o ex-presidente Lula.

Não fosse por estas matérias, o país estaria ainda sequestrado pelo bolsonarismo.

Máscaras caíram e a verdade acabou por nos livrar da opressão.

Por conta deste trabalho jornalístico, factual, não opinativo – embora, por vezes, intercalados por comentários -, Greenwald foi alçado à celebridade da esquerda brasileira.

Nos últimos meses, o ‘herói’ vem sendo criticado.

Em vez de reportagens, Glenn se meteu a opinar sobre a liberdade de expressão no Brasil, com a visão, porém, turvada pelo modelo americano.

E tem errado.

Ao confundir golpistas com manifestantes, marginais da imprensa com influenciadores censurados e aplicação da Lei com ativismo, Greenwald não tem ponderado o óbvio diante de tamanha barbárie.

Nesta cruzada, o jornalista indicou como principal alvo Alexandre de Moraes.

Na FOLHA e nas redes sociais, Glenn, dentro de conceito da liberação até para mentir, tem criticado sistematicamente o Ministro do STF, sem contextualizar, porém, a relevante atuação do magistrado em meio a um país acuado pelo fascismo.

Provas é o que não faltam de que havia um golpe em andamento.

Selecionamos cinco colunas publicadas no jornal no período de pouco mais de um ano:


14/04/2023

As redes sociais refletem os problemas sociais, não os causam

https://www1.folha.uol.com.br/colunas/glenn-greenwald/2023/04/redes-sociais-refletem-os-problemas-sociais-nao-os-causam.shtml

16/06/2023

Moraes não tem autoridade legal para ordenar censura

https://www1.folha.uol.com.br/colunas/glenn-greenwald/2023/06/moraes-nao-tem-autoridade-legal-para-ordenar-censura.shtml

13/04/2024

Moraes viola liberdade de expressão e devido processo legal

https://www1.folha.uol.com.br/colunas/glenn-greenwald/2024/04/moraes-viola-liberdade-de-expressao-e-devido-processo-legal.shtml

03/08/2024

Ex-assessor de Bolsonaro está preso com base em alegação falsa

https://www1.folha.uol.com.br/colunas/glenn-greenwald/2024/08/ex-assessor-de-bolsonaro-esta-preso-com-base-em-alegacao-falsa.shtml


Ontem, Glenn publicou reportagem, também na FOLHA, em que revela trocas de mensagens de assessores de Moraes, no TSE, supostamente ordenados a investigar fatos que pudessem encorpar ações em trâmite nos inquéritos das ‘fake-news’.

Moraes usou TSE fora do rito para investigar bolsonaristas – 13/08/2024 – Poder – Folha (uol.com.br)

O texto e o título presumem ilegalidade nos atos.

Artigos posteriores, embasados na legislação, rebatem as insinuações.

Ao UOL, Fernando Neisser, professor de direito eleitoral da FGV/SP, diz que o poder de polícia do TSE foi utilizado corretamente por Moraes.

“Trata-se de função prevista na lei, no art. 41 da Lei 9.504/97, que não depende de acionamento por terceiros, tampouco de formalidades, como a remessa de ofícios, tema tratado na reportagem”

“O juiz eleitoral que se depara com ilegalidade eleitoral tem o direito e o dever de tomar as devidas providências para fazer cessar as ilegalidades e levantar os dados necessários para tanto”

A íntegra do comentário no link abaixo:

Poder de polícia do TSE foi usado corretamente por Alexandre de Moraes (uol.com.br)

À revista Fórum, Ivan Longo revela que a cooperação entre STF e TSE no combate às fake-news não só foi acordada em 2022, como tornada pública pelos meios oficiais:

“Em maio de 2022, as duas cortes já haviam anunciado que assinaram acordo de cooperação para combater as fake news sobre o sistema judiciário – justamente uma das frentes do inquérito das fake news do STF”

“À época, o TSE era presidido pelo ministro Edson Fachin, e o STF pelo ministro Luiz Fux.” 

““O programa é uma aliança institucional estratégica entre os tribunais e entidades relevantes da sociedade civil para combater a fraude informativa”, disse Fachin na ocasião”

““Estamos em vigília permanente contra esses movimentos de milícias digitais que atacam o STF. No inquérito [das fake news], havia notícias de atos preparatórios de terrorismo contra o Supremo, daí a necessidade de ser um processo sigiloso”, afirmou, por sua vez, Fux”.

Cooperação entre STF e TSE no combate às fake news foi acordada e divulgada em maio de 2022 | Revista Fórum (revistaforum.com.br)

A crítica à matéria de Glenn não se dá pela exposição de mensagens que poderiam, eventualmente, comprometer Alexandre de Moraes.

Em possuindo provas de malfeitos, o jornalista tem obrigação de torná-las públicas.

O problema é o método.

Greenwald não pesquisou, adequadamente, conforme comprova o professor Fernando Neisser, os regramentos de TSE e STF.

Deixou, também, de contextualizar as informações.

Não se pode comparar o conluio entre um juiz de primeira instância com seus procuradores, objetivando fabricar provas contra um Presidente da República, que resultou na ascensão do fascismo ao poder brasileiro, com eventuais excessos que, na análise do jornalista, teriam sido cometidos por Alexandre de Moraes.

É o problema de escrever sobre um personagem pelo qual se tem repulsa.

O desejo de tornar Alexandre de Moraes o vilão de suas equivocadas teses sobre liberdade de expressão levaram Glenn a excessos que comprometeram a necessária discussão dos fatos revelados na matéria da FOLHA, induziram leitores a erro e abriram espaço para distorções, dolosas, protagonizadas por personagens que puseram, nos últimos anos, a Democracia em risco.

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