Ex-diretor jurídico do Corinthians entrega rolos da diretoria, mas também a própria omissão

Em depoimento à polícia, Yun Ki Lee, ex-diretor jurídico do Corinthians, detalhou movimentações que culminaram no pagamento indevido de comissão a Alex Cassundé.
Até 29 de dezembro de 2023, quando a nova diretoria sequer havia tomado posse, o ex-cartola acreditava não existir intermediário no contrato com a Vai de Bet.
Relato que corrobora com a versão de Rubens Gomes, o Rubão.
Nesta data, Yun recebeu das mãos de Sérgio Moura uma minuta que previa pagamento de comissão de 10% à Rede Social Media, que não participou do negócio.
Detalhe: a pagadora, segundo o documento, era o site de apostas, não o Corinthians.
Dia 02 de janeiro – quatro dias após, tudo mudou.
A comissão passou a ser de 7% e o pagador seria o Corinthians, não a Vai de Bet.
Neste interim, Marcelinho e Moura questionaram a Yun se existia percentual mínimo e máximo para pagamento de comissão; a resposta foi negativa.
Era a preparação para o golpe.
Evidencia-se, além da esperteza dos cartolas, a conivência do advogado, que, em meio a tantos indícios de más condutas, consentiu com o acordo.
O desleixo na checagem da documentação de Cassundé é incompatível com a fama do escritório de Yun.
Evidência de passada de pano.
A esperança do Corinthians é o avançar das investigações policiais, porque, se depender do Conselho Deliberativo, contratos obscuros seguirão sendo assinados, como o recente com a Esportes da Sorte, que possui o mesmo gestor da Vai de Bet.
