
Na última quarta-feira (26), foi realizada Assembleia Geral Ordinária e Extraordinária do Arena Fundo FII, gestor das contas do estádio de Itaquera.
A BRL TRUST afastou-se da administração.
Por unanimidade, ou seja, com o voto do Corinthians, a REAG – Administradora de Recursos Ltda foi aprovada como nova gestora do Fundo.
A empresa ocupa o mesmo posto no SCCP, outro fundo, sob responsabilidade do Corinthians, que, pelo acordo com a CAIXA, deveria substituir o Arena.
João Carlos Falbo Mansur, conselheiro e assessor de Leila Pereira no Palmeiras, é o CEO e principal proprietário da administradora.
Na mesma reunião, as contas do período 2022 do Arena foram aprovadas; elas apontam que o clube de Parque São Jorge deve R$ 100 milhões em calotes de repasses dos recebíveis do estádio.
A dívida permanece, mas sob nova direção.
Segundo a Assembleia, caberá à REAG readequar toda a documentação dos negócios – a empresa será inserida como gestora, entre as quais a cessão de uso do terreno de Itaquera, o contrato de naming-rights, da CAIXA, etc.
Clique no link a seguir para baixar a íntegra da Assembleia Geral e também o novo regulamento do Arena Fundo, com a REAG constando como administradora:
Assembleia Geral Ordinária e Extraordinária – Arena Fundo – julho -2023
O CEO da REAG

Conselheiro do Palmeiras, José Mansur intermediou o acordo entre WTORRE e o Palmeiras que deu origem ao estádio palestrino.
Em 2009, o empresário foi acusado de embolsar dinheiro indevido do clube.
No dia 17 de fevereiro daquele ano, o Blog do Juca reproduziu a matéria ‘Milhões pegos por um fio’, assinada pelo jornalista Marcelo Damato, da qual selecionamos os seguintes trechos:
“O presidente do Palmeiras, Luiz Gonzaga Belluzzo, mandou o Conselho de Fiscalização apurar responsabilidades de um contrato que poderia causar um gasto milionário aos cofres do Palmeiras”
“Membros da comissão de obras do estádio, um deles vice-presidente, outro diretor e outro ex-presidente, firmaram um contrato com um sócio para que ele prestasse “consultoria de obra” durante a reforma do Parque Antártica”
“Pelo contrato, o sócio João Carlos Mansur, que foi intermediário na negociação entre o Palmeiras e a WTorre, iria receber R$ 25 mil por mês do clube até o início das obras, o que deve ocorrer daqui a seis meses, e R$ 75 mil por mês durante os trabalhos, cuja duração prevista é de 30 meses”
“No total, deveria receber cerca de R$ 2,4 milhões”
“O contrato, entretanto, não foi assinado pelo presidente do clube na época, Affonso Della Monica, e assim, segundo a atual diretoria, não tem validade”
“Mesmo com o contrato sem a assinatura do presidente do clube, Mansur já recebeu o primeiro pagamento, de R$ 25 mil, em janeiro, ainda no mandato de Affonso Della Monica. Quem autorizou o pagamento foram então diretor administrativo (hoje no planejamento) José Ciryllo Júnior e o então diretor financeiro Salvador Palaia, ambos membros da comissão do estádio.”
Conselheiros do Palmeiras acreditavam que tratava-se de pagamento informal, sob disfarce de contrato ‘montado’, de comissão pela obra da Arena.

Em abril de 2019, José Carlos Mansur, na condição de CEO da REAG, foi convocado a depor na CPI do PREVIPALMAS, sob suspeita de facilitar desfalque de R$ 50 milhões nos cofres públicos.
O empresário geriu o fundo ‘Cais Mauá’ por dois meses (em 2018) – justamente o período em que o dinheiro teria desaparecido – e somente renunciou à administração após a Operação Gatekeeper, da Policia Federal.
Mansur, em depoimento, negou participação nas irregularidades:
“Recebemos os atestados de regularidade do antigo gestor. Naquele momento não constatamos nenhuma irregularidade. Todos os investidores naquele momento estavam enquadrados”
