Ao escolher Adilson Monteiro Alves como ‘conselheiro’, Lula afronta centenas de vítimas do cartola

Há alguns dias, o Blog do Paulinho comentou sobre a adesão de Madame Leila Pereira ao Governo Lula, poucos meses após apoiar o Genocida que foi expulso do poder pela população brasileira.
Até então, o convite para integrar o ‘Conselho de Desenvolvimento Econômico Social Sustentável da Presidência da República’, popular ‘Conselhão’, era justificado pela representatividade enquanto empresária, que, apesar dos métodos nem sempre aprováveis, a coloca na condição de 5ª fortuna feminina do país.
Até Abílio Diniz, pelas conexões comerciais, foi empurrado.
É inacreditável, porém, que Lula tenha escolhido o cartola corinthiano Adilson Monteiro Alves para o Conselhão.
Inexiste justificativa.
Adilson faliu, ao lado do filho Duílio, presidente do Corinthians, todas as empresas em que se meteu, algumas em condições bem suspeitas, como o Bingo Circus; sequer pagou os direitos trabalhistas de seus funcionários, gerando grande fila de credores.
O próprio Estado tem quase R$ 400 milhões em impostos a receber dos Monteiro Alves, que estão, por conta destas pendências, há décadas com bens e contas bloqueadas.
Recentemente, pai e filhos iniciaram outros malfeitos no Corinthians, clube de coração do Presidente, que, se bem informado, deveria estar incomodado com o legado terrível das finanças, do balcão de negócios no futebol profissional e com as categorias de base sublocadas a um bicheiro.
Que ‘Conselho’, principalmente de “desenvolvimento econômico’, Lula poderia aproveitar de Adilson?
A memória afetiva do Presidente, ainda que relembre com carinho, como todos os corinthianos – este jornalista incluído -, do histórico período da ‘Democracia Corinthiana’, precisa entender que o Adilson Monteiro Alves dos anos 80 não é o mesmo de agora; morreu, nos anos 90, quando se meteu em desvios de conduta enquanto Deputado Estadual, ao mesmo tempo em que aprontava como proprietário do ‘Bingo Circus’, ajudando a destruir famílias – de viciados em jogos e funcionários, sem que o Governo sequer tivesse contrapartida, caloteado que foi como as demais vítimas.
Apenas para colocar as coisas como são, Lula cedeu ao cartola alvinegro cargo mais pomposo do que relevante, certamente para atender às pressões de aliados que contribuíram na campanha, contrariando o desejo do próprio Adilson, que trabalhou de olho no Ministério do Esporte, este sim posto importante e que o dinheiro, em acolhido interesses do submundo da bola, poderia preocupar.
Trata-se de prêmio, não remunerado, de consolação.
Ainda assim, a escolha é desmoralizante e afrontadora às centenas de vítimas que Adilson abandonou ao longo de décadas; a maior parte delas, provavelmente, eleitora do Presidente.
