Ontem, o Blog do Paulinho teve acesso a interessante análise sobre a nebulosa concessão do Pacaembu, escrita, informalmente, pelo jornalista Walter Falceta, da qual utilizarei apenas os dados concretos.

Por si, aterradores.

Suficientes para que o leitor consiga entender o que estaria norteando o negócio.

Chama a atenção o nome de Reinaldo Carneiro Bastos, que, aos poucos, após contragolpear Marco Polo Del Nero – que o havia traído, começa a dominar o poder do futebol brasileiro.

O presidente da CBF, mero fantoche, lhe obedece.

A LIBRA, que deveria ser apenas dos clubes, o tem levado nas principais reuniões – inclusive com potenciais investidores.

O Allegra, que ganhou a concessão de todo o complexo Pacaembu e levará, ainda que não existisse previsão contratual, também a Praça Charles Miller, tem origem numa espécie de holding, tudo indica, para negócios controversos.

Na composição do grupo, há um emaranhado de empresas desconhecidas, algumas com aparência de ‘fakes’.

Antes de se transformar em Allegra, a razão social era ‘Aderlan Participações’, constituída em nome de dois desconhecidos: Carlos Eduardo Prado e Silvia Aparecida dos Anjos.

Ambos, apesar disso, estavam listados como sócios em dezenas de empresas, todas com mesmo estatuto, copiando, inclusive, o teor das Atas de Abertura, alterando apenas a razão social.

Pouco antes de tomarem posse do Pacaembu, uma Assembleia Geral destituiu a dupla, introduzindo no lugar um fundo de investimento de nome ‘Savona’.

A presidência do grupo foi assumida por Rafael Carneiro Bastos, sobrinho do presidente da FPF e marido de uma sobrinha de Gilberto Kassab, que, logo após, elevou o capital social de R$ 1,2 milhões para impressionantes R$ 600 milhões.

Na sequência, conseguiram empréstimo de R$ 46 milhões do BTG Pactual – não se sabe com quais garantias ou se elas, efetivamente, existiram -, e pagaram R$ 79,2 milhões de entrada num negócio avaliado em 111 milhões.

Os vereadores de São Paulo não enxergaram problemas, os órgãos da Prefeitura flexibilizaram normas – e mais algumas coisas, enquanto o MP-SP, como de hábito ocorre em investigações envolvendo a cartolagem, segue dormindo em berço esplêndido.

Nesse interim, o Pacaembu está sendo destruído sem aparente preocupação de burla da legislação.

Como se os ‘donos’ estivessem acertados pela impunidade.

Estarão?

Certo é que Reinaldo Carneiro Bastos, estando ou não envolvido no negócio – seu parente está -, sempre atuou longe dos holofotes, embora com hábitos semelhantes ao de ex-presidentes da CBF.

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