O leitor do Blog do Paulinho sabe, há mais de uma década, que o Benfica, principalmente, mas também outras equipes de Portugal, vem sendo utilizadas pelos mais relevantes agentes de futebol do planeta para esquentar transações marcadas pela sujeira do submundo esportivo.

A mais recente obscuridade, oriunda do Brasil para a agremiação do ‘encarnados’, envolve as diversas versões da venda do jogador Pedrinho, intermediada por Giuliano Bertolucci, sócio de Kia Joorabchian.

Na quarta-feira passada (19), Antonio Sesé, conselheiro do Valência, apresentou denúncia de corrupção, envolvendo lavagem de dinheiro, contra o Benfica, protocolada no Tribunal de Instrução do Município, na Espanha.

Diz trecho da acusação:

“Conseguimos averiguar que o senhor Lim e o senhor Mendes, sob acordo, organizaram-se para comprar direitos de jogadores e, de seguida, vendêlos ao Valencia por um valor superior”

“Compraram-se, por interesse, jogadores de muito escasso valor patrimonial por valores inflacionados. Os beneficiados são o Benfica, nas suas contas e equipas portuguesas”

Traduzindo: Lim, dirigente do Valência, e Jorge Mendes, um dos principais agentes do planeta, que mantém sociedade com Carlos Leite, no Brasil, pela empresa ‘Gestifute’, e ligações com Joorabchian, compram direitos de jogadores (como, em exemplo, Pedrinho) pagando valor superfaturado ao Benfica, que serviu, até então, de entreposto de atletas contratados, adquiridos, a preço menor, doutros dirigentes, de agremiações diversas, envolvidos no esquema.

A diferença de valores entre um negócio e outro seria ‘lavada’ nas equipes portuguesas e depois repartidas com os envolvidos.

No caso específico da ação, o Valência, clube do conselheiro acusador, seria uma das vítimas.

Sesé citou as contratações de Rodrigo, André Gomes, João Cancelo e Enzo Pérez, na peça judicial, como prováveis ‘mercadorias’ utilizadas pelos supostos criminosos para beneficiar os agentes e prejudicar a equipe espanhola.

O Inquérito está em trâmite e, se condenados, os envolvidos podem pegar até seis anos de prisão.

Vale relembrar que o agente Carlos Leite, ligado ao denunciado Jorge Mendes, participou ativamente das últimas eleições do Corinthians, doando dinheiro – tratado como verba para compra de votos – ao então candidato Andres Sanches.

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