Ivan Grava e Vicente Cândido

Hoje, o caderno ‘Tendências e Debates’, da FOLHA, publicou dois textos, um a favor e outro contra a volta do futebol brasileiro em meio à pandemia do COVID-19.

Contrário ao retorno, manifestou-se o jornalista Juca Kfouri.

Favoravelmente, dois representantes do Corinthians: o cartola submundano Vicente Cândido e o médico Ivan Grava, filho de Joaquim Grava, de quem, pela profissão, era esperado um mínimo de responsabilidade.

Mas não, ambos preferiram deixar a ciência de lado, a preocupação com o ser-humano, para dar guarida aos argumentos da cartolagem.

O texto de Kfouri reproduzimos na íntegra e o leitor poderá encontrar ao clicar no link a seguir:

Com atletas contaminados e jogos suspensos, o Brasileirão deveria ser paralisado? SIM

Das lamentáveis linhas assinadas por Cândido, sócio de Marco Polo Del Nero, e Grava, destacamos:

“A defesa da continuidade dos jogos é embasada em ciência e, assim como a Europa já demonstrou, essa retomada consciente vem ocorrendo sem grandes percalços”

“Através do futebol, e de um sistema rigoroso de controle e testagens, podemos entender melhor a respeito dessa doença e, com isso, até colaborar com a comunidade científica e as autoridades em ações futuras”

A afirmação de que a continuidade dos jogos “vem ocorrendo sem grandes percalços’ é de uma desonestidade gigantesca, bastando observar o altíssimo índice de jogadores contaminados que foram retirados de jogos e, por consequência, estavam em risco de repassar a doença a companheiros de profissão, familiares, etc, com estes, em efeito cascata, prejudicando outros mais que com eles convivem.

Dizer que ‘através do futebol” podemos “colaborar com a comunidade científica” é tratar os atletas como se fossem ratos de laboratório.

Observamos, por fim, mais esse trecho:

“Até o momento verificamos que, apesar de acontecerem situações de aparecimento da enfermidade com alguns times de futebol, isso ocorreu exatamente por serem feitos testes para Covid-19 e, de forma precoce, seus diagnósticos surgirem como um norte para medidas imediatas de proteção sanitária”

Ou seja, exalta-se a eficácia dos testes, relativizando, sem dar a menor importância, o enorme risco que levou aos contágios, tratando o assunto, indevidamente, como ‘um norte para medidas imediatas de proteção sanitárias”.

Cândido, que é Diretor de Relações Internacionais do Corinthians, e sócio de ex-presidente da CBF que não pode sair do país sem risco de ser preso pela Interpol, qualifica-se, ainda mais, para exercer cargo num Governo que se relaciona com trambiqueiros e milicianos sem o menor preconceito, assim como Grava parece apto ao Ministério da Saúde, porque, nitidamente, dá mais importância à política do que ao juramento de Hipócrates.

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