Dario Messer

Afamado “doleiro dos doleiros”, Dario Messer, foragido desde a metade de 2018 quando a PF deflagrou a “Operação Câmbio, Desligo”, desdobramento da “Lava-Jato”, acertou com o MPF delação premiada que incluirá até membros de sua família (esposa, filhos e genro).

O acordo obriga, também, pagamento de R$ 440 milhões aos cofres da União (somados todos os réus).

Messer teria aberto cerca de três mil offshores em 52 países que eram operadas através do banco Evergreen, controlado pelo doleiro, localizado no paraíso fiscal de Antígua.

Dentre diversos artistas, esportistas e políticos que utilizavam seus “serviços”, estariam o presidente do Corinthians, Andres Sanches, e seus sócios Ronaldo “Fenômeno”, Emerson Sheik, além dos agentes Reinaldo Pitta e Alexandre Martins, que, não por acaso, trabalhavam para os dois ex-atletas.

Sheik, inclusive, chegou a ser preso junto com Pitta, no famoso caso de falsidade ideológica (o nome verdadeiro de “Emerson” é “Marcio”), além de ter respondido processo, no Rio de Janeiro, por contrabando de veículos.

Sanches sempre frequentou, ao lado destes, os eventos sociais do doleiro, que teria facilitado-lhe a vida quando precisou transacionar recursos no exterior (o presidente alvinegro comprou imóvel e abriu negócio, em Miami, no nome do filho, Lucas, em parceria com Sheik).

Em 1998, Pitta, Martins e o doleiro Messer foram sócios de Ronaldo “fenômeno” na boate R9, que fechou as portas, tempos depois.

É usual para quem precisa dar origem a recursos, nem sempre comprováveis, a abertura de casas de shows, bares, etc, pela facilidade em manobrar receitas e despesas do negócio, todas de difícil fiscalização.

Coincidentemente, Andres Sanches, após enriquecer na presidência do Corinthians, ingressou nesse tipo de atividade.

Outro negócio que aproxima o mandatário alvinegro, mas também os ex-presidentes da CBF, de Messer são os contrato de patrocínio com a Nike.

A empresa americana, obrigada a delatar para fugir de condenação judicial nos EUA, indicou o doleiro, que mora em Nova Iorque, como intermediário de muitos de seus pagamentos.

O currículo criminal de Messer, espécie de banqueiro maior dos principais doleiros do país, compreende participações nos escândalos conhecidos como “Propinoduto dos Fiscais”, “CPI do Banestado”, “Mensalão”, “Petrolão”, etc.

Além de Ronaldo, diversos outros jogadores com passagem pela Seleção Brasileira, indicados pelo “fenômeno”, teriam efetivado transações com o doleiro, todos agora com razões de sobra para preocupações.

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