Em 2006, o Cruzeiro vendeu o jogador Charles para o Locomotiv, da Rússia, por 5 milhões de Euros, correspondentes à R$ 20 milhões na cotação atual.

O valor foi registrado pelos russos na Confederação local.

Apenas R$ 100 mil teriam ingressado nos cofres da equipe mineira.

Por conta desta transação, a empresa Ranking PP Promoção e Propaganda, que tinha direitos sobre o jogador, ingressou com ação contra a empresa Ability Sports Management, utilizada, segundo fontes de bastidores, pelo ex-presidente do Cruzeiro, Zezé Perrela, funcionário do senador Aécio Neves, para ocultar suas incursões no ramo de agenciamento de atletas.

Eles negociavam e a empresa, supostamente, fazia o dinheiro virar pó.

Dono da Ability, o empresário Fred fechou as portas da empresa, após diversos rolos (alguns revelados pelo Blog do Paulinho), saiu do Brasil e hoje faz negócios em Portugal.

Chamado pela justiça a prestar esclarecimentos, Perrela declarou que o Locomotiv pagou apenas US$ 100 mil pela aquisição de Charles, valores, por razões evidentes, inverossímeis.

A CBF negou-se a fornecer valores e documentação referente ao negócio.

Por conta disso, a juíza Dra. Flavia de Almeida Viveiros de Castro, da 6ª VAra Civil do Rio de Janeiro, suspeitando que a Casa Bandida estaria protegendo as ações de Perrela, no último dia 06, intimou o diretor de registros e transferências da entidade, Reynaldo Buzzoni, para que revele todos os dados que possuem sobre a referida transferência.

Buzzoni é um dos denunciados na CPI do Futebol, por conta de esquemas de facilitações a agentes de futebol em fraude no sistema de registros de atletas, tornado-se, em consequência, protagonista de um capítulo inteiro do livro “Um olho na bola, outro no cartola”, do senador Romário, que também escreveu o relatório paralelo das investigações.

Facebook Comments