A comissão especial, designada pelo Conselho Deliberativo para avaliar detalhes sobre a execução do contrato assinado pelo Corinthians com a Odebrecht para a construção do estádio de Itaquera, espera o fechamento dos trabalhos para realizar sugestões de procedimentos à diretoria do clube.

Entre os quais, há quem acredite na necessidade de levar os conflitos (principalmente sobre o término das obras da Arena – a construtora diz ter executado 100%, dirigentes alvinegros discordam) para uma câmara de arbitragem (prevista em clausula contratual consentida entre as partes).

Fica a dúvida, porém, das razões da própria diretoria do Corinthians, que tem autonomia estatutária para tomar esta decisão sem a necessidade de esperar por “conselhos”, depois de tantas evidências, ainda não ter recorrido a este expediente.

Na arbitragem, a Odebrecht, sob pena de resultado negativo, seria obrigada a expor todos os documentos que a gestão alvinegra alega não estar conseguindo ter acesso, mesmo sendo ela parte fundamental do negócio.

Recentemente, também enfrentando problemas com seu estádio, o Palmeiras levou a WTorre à arbitragem, com absoluto êxito nas decisões finais.

Entre os impasses resolvidos, a construtora foi obrigada a adequar boa parte da Arena ao padrão FIFA (prometido no projeto, mas não executado) e a ceder ao clube 30 mil das 40 mil cadeiras à venda nos dias de jogos, quando desejava, em distorção de interpretação do contrato, ficar com a metade.

Ao utilizar-se da arbitragem o Corinthians acelerará a solução de impasses, evitando o rito bem mais lento dos trâmites judiciais, com grande possibilidade de, diante das evidências, dar por quitadas as pendências com a Odebrecht, restando apenas o empréstimo com o BNDES para se preocupar.

Porém (talvez seja este o freio que impeça a diretoria do clube agir por conta própria), serão reveladas possíveis atuações de conselheiros do Corinthians jogando “para os dois lados”, ou, como sugerem as delações de executivos da construtora na “Operação Lava-Jato”, em troca de “agrados”, contra os interesses alvinegros.

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