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Seguindo a linha do que tem ocorrido com empresas e políticos investigados pela “Operação Lava-Jato”, o Corinthians, nos próximos meses, terá, inevitavelmente, que partir para soluções que minimizem os problemas que já existem e, por ventura, possam vir a se ampliar no Parque São Jorge.

Em regra, o Ministério Público Federal solicita o afastamento dos diretores de empresas e políticos, delatados ou flagrados em desvio de conduta, de seus cargos, evitando a possibilidade de obstrução de justiça, diante do evidente poder que exercem sobre outros em suas respectivas atividades.

Por vezes, os próprios se afastam ou são suspensos pelas organizações investigadas (inclusive no Governo, que trocou diversas vezes de ministros – alguns amigos do Presidente – para evitar problemas jurídicos ainda mais graves).

Nesse contexto, independentemente dos desejos do Corinthians, em breve será necessária uma tomada de posição para preservar o clube, que, no momento, enfrenta dura batalha para minimizar perdas do suspeito acordo firmado com a Odebrecht.

Sem contar o prejuízo claro de imagem, com dirigentes citados em delações de criminosos da construtora, acusados de receber vantagens para facilitar o acréscimo de valor do contrato, que, em meio a sucessivos aditivos, subiu de R$ 335 milhões para R$ 1,2 bilhão.

É nesse ponto que se dá o dilema do Corinthians, que precisa ser rapidamente resolvido.

O caminho mais razoável, seguido por todos os envolvidos nas investigações, obrigaria o clube a afastar (até a definição de culpados e inocentes) de seu conselho deliberativo as pessoas que, direta ou indiretamente, firmaram os acordos com a construtora, alguns deles, ainda, com poder de decisão.

Citados na Operação Lava-Jato, o deputado federal Andres Sanches e o vice-presidente alvinegro, André Negão estão, certamente, inseridos nesse pensamento.

Há de ser analisada, ainda, a responsabilidade de quem assinou os documentos, todos, sem exceção, a pedido do parlamentar.

Desde o ex-presidente Mario Gobbi (que afirmou, em entrevista, que somente Andres decidia as coisas do estádio), passando pelo atual, Roberto Andrade, sem esquecer do ex-diretor de finanças, Raul Corrêa da Silva, único com rubrica em todos os contratos e aditivos, nas mais diversas gestões alvinegras.

Sem resolver essa questão, o Corinthians, além de colocar-se no foco da Polícia Federal, seguirá sem a menor possibilidade de realizar negócios que necessitem de uma imagem transparente de seus gestores, entre os quais a tão sonhada venda dos “naming-rights” da Arena em Itaquera.

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