Corinthians é vítima da diretoria. São Paulo é levado pela massa. Galo e Inter empolgam
O torcedor do Corinthians, quase sempre desinformado, culpa o que viu (no gramado), na derrota complicadora para o fraco Guarani/PAR, por dois a zero, facilitando a vida dos que, há anos, atentam contra o clube.
Os dois jogadores mais fracos da defesa, o goleiro Cássio e o zagueiro Felipe, comprometeram, porém, é nos bastidores que as coisas estão ficando cada vez mais complicadas.
Não é normal um time que jogava com a intensidade apresentada pelo Timão, de repente, nas últimas rodadas, como por encanto, jogar como se os atletas tivessem acabado de sair de uma rodada de feijoada.
Mas é facilmente explicável.
Como motivar jogadores que não recebem a maior parte do salário, há sete meses, ainda mais quando estes, que ao contrário do torcedor, são bem informados, sabem que o dinheiro não deixou de entrar no Parque São Jorge, apenas foi desviado na finalidade, utilizado para salvar a pele de quatro dirigentes indiciados por crimes fiscais, cometidos dentro do Corinthians ?
Pior: saber que precisam, ainda, obedecer às ordens de três daqueles que, para escapar da cadeia, tomaram-lhe os proventos ?.
Roberto “da Nova” Andrade é o presidente, André Negão, o vice e Andres Sanches, o chefe do bando.
Apenas Raul Corrêa da Silva foi chutado, após tropeçar na arrogância, que sempre foi maior do que a competência.
Em síntese, o Corinthians, que se vê numa crise financeira sem precedentes, é vítima muito mais de seus dirigentes do que dos jogadores, e pode, se eliminado for da Libertadores, devolver ao Departamento de Futebol (agora com ficha criminal extensa) a crise iniciada pelo próprio, sempre envolto em ações nebulosas e descontrole administrativo.
Enquanto isso, no Morumbi, o São Paulo superou os desfalques, e, como nos áureos tempos em que dominava a Libertadores, venceu o Cruzeiro, no futebol e na raça, por um a zero.
Mas como resistir a 66 mil tricolores que não pararam de gritar um minuto sequer ?
Nessa toada, se embalar, o Tricolor pode sonhar com voos maiores, não sem antes sofrer no Mineirão, perante um Cruzeiro que dificilmente jogará tão mal novamente.
No empate entre Inter e Galo, o que se viu foi alucinação total, mas positiva.
Dois a dois que indefinem a vaga, num jogo de volta que, se igual ao que se viu no Independência, será teste para cardíaco, mas um deleite ao amante do futebol.

